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Campus de São Mateus recebe Seminário Abril Indígena a partir desta quarta-feira, 23. Confira a programação
A partir desta quarta-feira, 23, até sábado, 26, acontece no campus da Ufes em São Mateus e no Parque Estadual de Itaúnas, em Conceição da Barra, a 5ª edição do Seminário Abril Indígena, com o tema Itaúna Indígena: Mitos e encantados nas memórias e identidades dos povos das dunas. A realização é do Tupiabá – Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Educação Escolar Indígena do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes/Ufes), do Parque Estadual de Itaúnas e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). A inscrição pode ser realizada por meio deste formulário.
O objetivo do seminário é promover diálogos sobre os territórios de etnoconhecimentos dos povos indígenas capixabas e amazônicos, fortalecendo a memória, a identidade e a cultura dessas comunidades. “Esse seminário é fruto de parceria entre pesquisadores da Ufes e da Universidade Federal do Pará (UFPA), que desenvolvem pesquisas no Espírito Santo e na Amazônia, a partir de projeto de extensão financiado pela Fapes”, explica a professora da Ufes Marina Miranda, que ministra aulas no curso de Educação no Campo e no Programa de Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind/Ufes).
Programação
O início dos trabalhos será às 18h30 desta quarta-feira, com exibição do vídeo Povos Indígenas – Somos Capixabas, seguido de debate. Às 19h30, começa a conferência de abertura, cujo tema é A cura da Terra – identidades e culturas coletivas no conhecimento da Mãe-Terra: território e territorialidade. A programação do primeiro dia acontecerá no campus de São Mateus.
Na mesa da conferência estarão a professora Marina Miranda (Ufes); o Cacique Paulo Jacó (Aldeia Jacó Pataxó); as professoras Rafaella Capela Leão e Maria Ivonete Coutinho da Silva (UFPA); a professora Rauciele da Silva Cazuza (Universidade Federal do Amazonas - Ufam) e a professora Dagmar Faisas da Paixão (educadora indígena em Itaúnas).
A programação segue no dia seguinte, 24, com atividades no Ceunes e no Parque Estadual de Itaúnas. Confira a programação completa no anexo abaixo.
Seminário Abril IndígenaRepresentantes do Ministério da Cultura visitam a Ufes e apresentam projeto da VI Teia Nacional, a ser realizado em Aracruz
Representantes do Ministério da Cultura visitaram a Ufes na última quarta-feira, 16, para apresentar o projeto de realização da VI Teia Nacional, evento que será realizado na cidade de Aracruz em 2026. O grupo, liderado pelo diretor de Política Nacional de Cultura Viva, João Pontes, foi recebido pela vice-reitora Sonia Lopes.
“A Ufes foi convidada para essa parceria com o Minc e a Secretaria de Cultura do Estado na realização desse evento, que tem a expectativa de reunir mais de 4 mil pessoas e resgata a valorização das iniciativas culturais que acontecem em diversos pontos do nosso País. A Ufes também abre seus espaços e apoia essas iniciativas, por isso nos colocamos à disposição para contribuir no que for possível”, afirma Sonia Lopes.
ImagemO Teia Nacional é o Encontro Nacional dos Pontos de Cultura, um espaço de articulação, troca de experiências e fortalecimento da Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), que reconhece e fomenta grupos e entidades culturais nas comunidades. Com o tema Futuro é ancestral!, o VI Teia Nacional será realizado pelo Ministério da Cultura, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e pela Secretaria da Cultura do Espírito Santo (Secult-ES).
Além da vice-reitora e do diretor do Minc, a reunião contou com a presença do secretário de Cultura, Rogério Borges, e do diretor de Relações Interinstitucionais da Universidade, Gustavo Cardoso; do chefe de Gabinete, Alison Pereira, e do coordenador de Articulação do PNCV do Minc, Leandro Anton; da consultora da Unesco, Beatriz Lima; e da representante da Secult-ES, Thaís Cotrim.
Fotos: Serena Singulani
Categorias relacionadas Cultura InstitucionalDia dos Povos Indígenas: reconhecimento e respeito às culturas, aos saberes e aos modos de vida dos povos originários
No Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, a Ufes destaca a importância de reconhecer e respeitar as culturas, os saberes e os modos de vida dos povos originários. É com essa proposta e com o objetivo de consolidar seu compromisso com a educação específica e diferenciada dessas comunidades, garantida pela Constituição Federal, que a Universidade oferece atualmente os cursos de Licenciatura Intercultural Indígena e o curso de Pedagogia Intercultural Indígena (PIIND), que visam atender necessidades específicas desses povos, promovendo uma formação que articula o saber acadêmico com as vivências indígenas.
Os primeiros participantes da Licenciatura ingressaram na Ufes em julho de 2015, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind), do Ministério da Educação, em parceria com a Universidade. A criação do curso atendeu a uma reivindicação dos povos Tupinikim e Guarani do Espírito Santo, por formação de seu quadro de professores em nível superior, garantindo o reconhecimento de seus direitos diferenciados, a valorização de seus saberes e práticas e sua qualificação como educadores e sujeitos políticos.
Em 2022, foram graduados 51 estudantes (foto) na primeira turma, sendo 28 na habilitação Arte, Linguagem e Comunicação; dez em Ciências da Natureza e Matemática e 13 em Ciências Sociais e Humanidades. Veja como foi a formatura na matéria produzida pela TV Ufes.
Já a primeira turma do PIIND ingressou na Ufes em 2024. O curso forma professores indígenas para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na gestão escolar e na gestão de projetos de etnodesenvolvimento do território.
Os dois cursos, juntos, asseguram 70 vagas para estudantes indígenas, que participam de um processo seletivo diferenciado no qual são consideradas, entre outras questões, a interação do candidato com sua comunidade.
Além disso, a Ufes aprovou, no final do ano passado, a oferta obrigatória de duas vagas anuais para indígenas em todos os seus cursos de graduação.
Fonte com caracteres indígenas
Também em 2024, a família tipográfica Ufes Sans, desenvolvida pelo Laboratório de Projetos em Design da Ufes (Prodesign Ufes) ganhou uma segunda versão inédita (a primeira foi lançada em 2018), com caracteres que possibilitam sua utilização para a escrita de algumas línguas indígenas brasileiras.
A inclusão do suporte a idiomas originários na família Ufes Sans aconteceu a partir da demanda da produção de livros didáticos voltados para os conhecimentos indígenas, escritos junto a esses povos e em seus idiomas, mas também contribui para que estudantes indígenas possam produzir suas pesquisas, dissertações e teses em suas línguas. Veja mais nessa matéria produzida pela TV Ufes.
A família Ufes Sans atende às especificidades da língua Guarani Mbyá (falada pelo povo homônimo nas aldeias de Aracruz/ES), Maxakali (falado em Minas Gerais) e Patxôhã (falado pelos Pataxó, na Bahia), além de também poder ser utilizada na escrita do Tupi Antigo – língua que está em processo de revitalização pelo povo Tupinikim (Aracruz/ES).
Ao celebrar o Dia dos Povos Indígenas, a Ufes destaca a importância de promover a inclusão, respeitar a diversidade, combater o preconceito e assegurar a todas as pessoas, de todos os povos, o direito a uma educação pública, gratuita e de qualidade.
Ufes prepara eventos de boas-vindas para os estudantes ingressantes dos quatro campi
A Ufes se prepara para receber os estudantes ingressantes do primeiro semestre letivo de 2025, que começa na terça-feira, dia 22 de abril. Em Vitória, as boas-vindas acontecem a partir das 9 horas no Teatro Universitário, para estudantes dos campi de Goiabeiras e Maruípe. Em São Mateus, as atividades serão realizadas nos dias 22 e 23, em diferentes horários. Já em Alegre, os novos alunos serão recepcionados na quarta-feira, dia 23.
Em todas as recepções os calouros receberão informações importantes sobre os principais setores da Universidade e o dia a dia acadêmico. Haverá ainda apresentações culturais e sorteios de brindes.
Confira a programação:
Campus de Goiabeiras (para estudantes dos campi de Goiabeiras e Maruípe)
22/04 | 9h | Teatro Universitário
9h: Recepção dos estudantes
9h30: Apresentação cultural com o Grupo Andora
9h50: Boas-vindas do reitor Eustáquio de Castro, da vice-reitora Sonia Lopes e de pró-reitores
10h20: Apresentação cultural
10h40: Palestra “Sou universitário, e agora?”
11h15: Apresentação dos diretores de centros e sorteio de brindes
Campus de São Mateus
22/04 | 14h | Auditório Central do campus
14h: Boas-vindas com a direção do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes); apresentação dos setores de apoio ao estudante e biblioteca
15h30: Momento com as coordenações de curso e tour pelo campus com veteranos
Durante a programação: Apresentações culturais
18h: Apresentação musical do projeto de extensão Respirarte
19h: Apresentação dos setores de apoio ao estudante e biblioteca
20h: Declamação da poesia O Trilhar de um novo caminho, escrito pela egressa do curso de Pedagogia Maria Helena Martinuzzo
20h15: Momento com as coordenações de curso
23/04 | 8h | Auditório Central
8h: Apresentação cultural
9h: Palestra aberta ao público: A relação professor-aluno, com o professor Gilberto Fachetti, diretor de Prevenção, Mediação de Conflitos e Correição da Ufes
12h: Apresentação da Banda Casilleros (com professores integrantes)
14h: Reuniões do diretor Gilberto Fachetti com chefias, coordenações, docentes, técnicos administrativos e estudantes (agendamento pelo e-mail nuage.ceunes@ufes.br)
18h: Apresentação da Banda Chorume (com professores integrantes)
19h: Palestra aberta ao público: A relação professor-aluno, com o professor Gilberto Fachetti, diretor de Prevenção, Mediação de Conflitos e Correição da Ufes
Campus de Alegre
23/04 | 14h | Quadra poliesportiva
14h15: Apresentação das direções dos centros de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE) e de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde (CCENS)
14h30: Apresentação dos coordenadores de cursos, centros acadêmicos e diretório acadêmico
14h45: Apresentação dos setores de apoio ao estudante e biblioteca
15h45: Apresentação da equipe da Vigilância Sanitária de Alegre
16h: Visita guiada pelo campus com os respectivos coordenadores de curso
Conceição Evaristo: "que pessoas negras possam ser reconhecidas em suas potências"
“Agradeço esse reconhecimento e peço que, cada vez mais, pessoas negras possam ser reconhecidas em suas qualidades e em suas potências”. A afirmação é da mais recente Doutora Honoris Causa pela Ufes: a escritora, linguista e professora Conceição Evaristo. O título é a maior honraria concedida por instituições de ensino superior a pessoas reconhecidas por sua contribuição em áreas como cultura e educação.
A sessão solene foi realizada na noite de terça-feira, dia 15, no Teatro Universitário, que ficou lotado de estudantes, professores, técnicos administrativos, entidades do movimento negro, parlamentares municipais, estaduais e federais, representantes do movimento estudantil, de órgãos governamentais, de direitos humanos e de movimentos sociais, entre outros que prestigiaram o evento. Ao entrar no Teatro, a escritora foi ovacionada pelo público.
Abrindo a solenidade, o coral do Instituto Serenata d'Favela fez uma apresentação que emocionou o público, interpretando o rap Canção Infantil, de Cesar MC.
Depois, Conceição Evaristo foi conduzida à mesa por representantes dos proponentes do título honorífico, uma iniciativa apresentada formalmente ao Conselho Universitário pelo Departamento de Serviço Social da Ufes, em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Universidade, e com adesão de um conjunto de entidades e organizações do movimento negro.
Além de Conceição Evaristo compuseram a mesa o reitor Eustáquio de Castro, presidente da sessão solene; a vice-reitora Sonia Lopes; o presidente do Conselho de Curadores da Universidade, professor Robson Zuccolotto; e a representante da comissão proponente do título, professora Rita Lima (foto principal).
As professoras e pesquisadoras do Neab/Ufes Luizane Guedes e Maria Helena Elpídio, também representando a comissão proponente, apresentaram a história de Evaristo e destacaram a importância da concessão do título à escritora.
Após os procedimentos protocolares, Evaristo iniciou seu discurso oferecendo o título às crianças do Instituto Serenata d'Favela. “São essas crianças e jovens que irão continuar a nossa luta. Nós, mais velhos, oferecemos a essas crianças um bastão, para eles irem adiante. E falamos que elas começam a luta a partir de um lugar que, no nosso tempo, na nossa infância, não nos foi dado”.
Ao se referir à realidade dos jovens negros, ela afirmou: “se nós lamentamos a morte de uma juventude negra, nós celebramos também crianças e jovens que fazem uma escrevivência [abordagem metodológica criada pela escritora que define uma escrita baseada em vivências e experiências] a partir da música, a partir do texto que contam da favela, da casa, e encenam essa realidade. Elas têm um discurso crítico dessa realidade através da música. Eu acho que a gente tem, apesar de todas as dificuldades, uma geração potente”.
“O Brasil tem jeito”
Evaristo, que tem 78 anos, destacou que é grata pela vida ter lhe possibilitado esse reconhecimento enquanto está lúcida e declarou sua esperança no país. “É muito bom ver esse auditório cheio e dizer que, mesmo com todos os percalços que nós temos vivido, eu acho que o Brasil tem jeito. Eu saio daqui muito feliz com esse meu título e também fico muito feliz porque certifica para mim que a educação é um lugar de transformação”.
O reitor Eustáquio de Castro encerrou a solenidade reafirmando a importância da professora para a Universidade. “É uma honra para a Ufes conceder a maior distinção de uma universidade à senhora. Esse é um momento histórico porque, ao reconhecê-la, esta universidade também se reconhece. Reconhece a urgência de escutar outras vozes, de valorizar outras epistemologias, de dar lugar àquilo que por tanto tempo foi silenciado. Professora, a senhora nos ensina que a palavra não é apenas instrumento, mas também testemunha e potência de mudança. Que a escrita pode ser abrigo, denúncia, resistência e, também, cura. E que a literatura, a sua literatura, é uma forma de nos convocar à responsabilidade ética com as vidas negras, com as mulheres negras, com o povo negro desse país”.
E continuou: “a sua escrevivência vem de longe. Vem das vozes de mães, avós, anciãos, das marcas nos corpos e nas páginas de histórias que foram escondidas, mas não esquecidas. Com sua escrevivência, a senhora tem ajudado a trazer luz a essa história nomeando-as com dignidade. Hoje, nós aqui presentes queremos dizer que esse título não é uma concessão, mas sim um reconhecimento e uma reverência à senhora e a toda a sua vida. Certamente, isso ecoará pela história da nossa Universidade”.
Ao final da cerimônia, Conceição Evaristo recebeu homenagens de alunas, professoras e representantes do Movimento NegroO reitor também lembrou que a Ufes, além das cotas para professores, aprovou, no final do ano passado, a oferta obrigatória de duas vagas anuais para indígenas em todos os seus cursos de graduação.
Homenagens
Após o encerramento da sessão solene, a Doutora Honoris Causa recebeu homenagens do Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais Conceição Evaristo, da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), do Neab e da curadora da exposição “Eu, Mulher Preta?”, Marilene Pereira, que presenteou a homenageada com um quadro com sua imagem.
Fotos: Ana Cristina Oggioni
Em coletiva à imprensa, Conceição Evaristo falou sobre sua juventude, a volta ao Espírito Santo, o poder da literatura e um novo livro. Confira!
Antes de participar da solenidade que lhe concedeu o título de Doutora Honoris Causa, Conceição Evaristo concedeu entrevista coletiva à imprensa na Livraria da Ufes, no campus de Goiabeiras. Ela falou sobre lembranças de quando veio pela primeira vez ao Espírito Santo e o simbolismo do retorno ao estado em outra condição, o conceito de escrevivência, o poder da literatura e uma nova obra que está produzindo. Confira alguns trechos da entrevista.
Volta ao Espírito Santo
“Voltar aqui é voltar para brigar por vocês, com vocês e para vocês. Eu volto pelo caminho traçado na literatura, e, para uma mulher negra, isso significa muito. Vindo para cá, me voltou à memória quando eu estava ainda fazendo o curso normal, tinha meus 19 ou 20 anos. Nesse mesmo momento, eu estava vivendo o processo de desfavelamento na favela onde eu morava. E tinha uma família que precisava de alguém para vir com ela para o Espírito Santo para ajudar [nos afazeres] nas férias. Aí, junto a essa família, veio também uma jovem que era cozinheira e eu, que era camareira. Ficamos na praia de Marataízes. Era uma família rica de Belo Horizonte e eu me lembro que, na casa dessa família, não tinha banheiro para que a menina e eu usássemos. Na praia, tinham umas plantas espinhosas na areia. Quando a necessidade era urgente, a menina e eu tínhamos de ir até à praia, uma praia deserta, porque nós não tínhamos banheiro. Isso me voltou à cabeça hoje. Então, vir aqui hoje, nessa outra condição, é muito significativo em termos pessoais. É uma outra história, um outro lado da história. Mas isso também me coloca no coletivo, porque sei que foi uma luta do povo negro, das mulheres negras”.
Cotas
“Em 1935, Abdias do Nascimento [ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiras], já pedia ao Estado brasileiro que oferecesse bolsas de estudo para os descendentes de africanos. Ele falava das cotas, não tinha esse nome, mas ele falava das ações afirmativas. (...) É um processo que não acontece de uma hora para outra. Tem o amadurecimento da própria sociedade, tem o amadurecimento das instituições. Fico muito feliz, mas reconheço que não chegaria aqui só com a força do meu trabalho. Eu só quero que isso não se encerre aqui, que outras pessoas negras, indígenas, possam também serem reconhecidas com esse título".
Escrevivência
"A escrevivência é um conceito que nasce dentro da literatura, mas extrapola esse campo para as outras áreas do conhecimento. É um conceito que abre para um sentido das classes dominadas, da história que não foi contada, da literatura, uma literatura a partir de uma autoria, das pessoas que sempre foram subjugadas, sobre essas pessoas estarem podendo falar as suas histórias. O conceito está ganhando um campo de pesquisa, um campo de conhecimento, porque, de certa forma, desloca um processo de criação das teses, das dissertações e das monografias. É sempre colocado que o pesquisador tem que ter uma distância do objeto pesquisado para ele poder, dentro de uma certa neutralidade, produzir. Não é bem isso, porque cada pessoa que escolhe um objeto de pesquisa não o escolhe na inocência, não sorteia. Há um desejo anterior que move a sua escolha. Além de nascer de uma experiência de uma escritora negra e de uma pensadora, de uma pesquisadora negra, a escrevivência, como conceito, traz uma origem que se distingue de outros conceitos. A nossa escrevivência não é para adormecer os da casa grande, e sim para acordá-los dos seus sonhos injustos".
Literatura salva
A literatura pode salvar as pessoas sem ter essa intenção. A literatura não é um discurso que está comprometido com uma fé religiosa, não é um discurso que está comprometido com uma estatística, não é um discurso que tenha a pretensão de apontar certezas históricas. Então, eu acho que é justamente essa liberdade do campo ficcional que comove as pessoas, que convoca as pessoas. Acho que a literatura, esse poder humanizador da literatura, salva, cria consciências.
Nova obra
Estou escrevendo um romance que se chama Flores de Mulungu. Há uma matriarca, a principal, e a comunidade vai comemorar o aniversário dela. Mas ela não quer e diz “eu só quero flores de mulungu”. Na verdade, é um pouco essa ideia da diáspora. É como se fosse uma mulher muito velha: a festa de aniversário dela seria justamente reunir os seus filhos que estão espalhados pelo mundo. Esse romance está sendo elaborado aos poucos.
América Latina
“Nós brasileiros conhecemos pouco da América Latina. Nós conhecemos muito mais a Europa, os Estados Unidos; muito recentemente que a nossa bibliografia em cursos acadêmicos traz uma quantidade maior de teóricos, de pensadores latinos, na maioria das vezes eram de teóricos europeus ou americanos. Então, eu acho que pensar o Rio como capital do livro [em alusão à decisão da Unesco de dar ao Rio de Janeiro o título de Capital Mundial do Livro de 2025], da leitura, com certeza também vai trazer esse diálogo com a América Latina”.
Ditadura
“Eu conheci a ditadura. Era de um movimento católico, a Juventude Operária Católica, em Belo Horizonte. Então, acabou muita coisa espirrando também sobre nós. E eu vejo, nesse momento, essa coincidência [da cassação de títulos honoris causa concedidos a ex-presidentes do período militar e da concessão do título a ela]. É muito simbólico que uma mulher negra, fazendo literatura, e que conheceu também a ditadura esteja, num momento desse, sendo reverenciada; enquanto outros que sempre estiveram no poder, e estiveram através da força, perderam o título”
Sobre a escritora
Maria Conceição Evaristo de Brito nasceu em Belo Horizonte, em 29 novembro de 1946. Viveu seus primeiros anos na favela de Pindura Saia, uma comunidade extinta na década de 1970, localizada na zona sul da capital mineira.
Conciliava os estudos do curso normal com o trabalho como empregada doméstica. Concluiu o curso em 1971, aos 25 anos, e em 1975 passou em concurso público para o magistério, permanecendo no ofício até o ano de 2006. Cursou Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), formando-se no ano de 1990. Nos anos seguintes cursou mestrado em Letras-Literatura Brasileira na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e doutorado em Letras e Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense (UFF), concluindo os estudos em 2011. Após seu doutoramento, atuou como professora em diversas instituições de ensino superior.
Iniciou sua trajetória literária em 1990, com obras publicadas na série Cadernos Negros. Seguiu-se vasta produção, sempre com a presença questões relacionadas às desigualdades sociais, à diversidade e as perspectivas de empoderamento da mulher negra a partir das suas vivências e experiências, advindo daí a criação de uma nova abordagem metodológica, a escrevivência.
Desde 2021, a escritora tem sido uma das autoras cujas obras constam no ranking das mais vendidas do Brasil e em outras partes do mundo. São inúmeras as publicações e prêmios recebidos pela autora, dentre eles, o Prêmio Jabuti, de 2015, ao livro Olhos d'Água.
Fotos: Ana Cristina Oggioni
Exposição Estética em Trânsito entra em cartaz na GAP dia 22 de abril. Mostra antecede o XI Colartes
A Galeria de Arte e Pesquisa (GAP) da Ufes, localizada no campus de Goiabeiras, recebe a partir do dia 22 de abril a exposição Estética em Trânsito, com obras de arte produzidas por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Arte (PPGA/Ufes). A exposição antecede o XI Colóquio de Arte e Pesquisa dos Alunos do PPGA da Ufes (Colartes), tradicional colóquio realizado pelo Centro de Artes (CAr) da Universidade para apresentar pesquisas desenvolvidas por alunos matriculados nos cursos de mestrado e doutorado do Programa, graduandos, egressos e professores do CAr.
Marcado para os dias 6 e 7 de maio, datas em que ocorrerão as apresentações orais dos estudos no auditório do prédio Cemuni IV, o Colartes abordará o tema Brasilidades - Raízes Culturais e Caminhos para o Futuro. O evento tem o objetivo de estimular a produção acadêmica e a difusão do conhecimento numa perspectiva sociocultural no campo das Artes, partindo de discussões sobre a preservação da história e da construção de um pensamento amplo, unindo os contextos regionais do Brasil.
O evento terá em seu encerramento uma palestra da artista visual uruguaia Mariana Nicolini, cujo trabalho busca destacar o impacto da atividade humana na vida selvagem, usando a arte como ferramenta de conscientização. A artista, que conquistou a atenção de diversas plataformas internacionais e recentemente expôs em Nova York, é reconhecida por sua capacidade de unir arte com ativismo ambiental, e seu trabalho foi exibido em importantes galerias e eventos dedicados à conservação.
Incentivo à produção
A professora Stela Maris Sanmartin, coordenadora do PPGA, destaca que a exposição Estética em Trânsito é uma forma de incentivar a produção artística oriunda da pesquisa acadêmica desenvolvida pelos estudantes, conectando-a ao circuito de arte contemporânea nos âmbitos regional, nacional e internacional. As propostas podem ser individuais ou coletivas, desde que ao menos um dos membros do grupo seja vinculado ao programa de pós-graduação.
“A exposição parte do conceito de culturas híbridas para explorar como os processos de fusão cultural – impulsionados por migrações, globalização e interculturalidade – tensionam as fronteiras da identidade e da criação artística”, explica a professora, fazendo referência ao conceito elaborado pelo historiador mexicano Néstor García Canclini. O público pode esperar trabalhos que incorporem a hibridização como força crítica e criativa, seja na apropriação e ressignificação de signos culturais, na fusão de materiais e linguagens, ou na sobreposição de tempos e territórios.
Estética em Trânsito poderá ser visitada até o dia 21 de maio, de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 17h.
A programação detalhada do XI Colartes está disponível página oficial do evento. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail colartesxippgaufes@gmail.com.
Categorias relacionadas Ensino ExtensãoPrograma de entrevistas produzido por estudantes de Jornalismo reestreia na TVE/ES em novo horário
A sexta temporada do Reverso Ufes já está no ar. O programa de entrevistas que convida especialistas de diversas áreas para analisar, explicar e interpretar temas da atualidade é produzido e apresentado por estudantes da disciplina Jornalismo Audiovisual, da graduação em Jornalismo da Ufes, e transmitido na TVE Espírito Santo (canal 2.1 da TV aberta). Neste semestre, a exibição se dará todas as quintas-feiras, em novo horário: às 0h45. Todos os episódios já estão disponíveis no canal do Reverso Ufes no YouTube.
Esta nova rodada de entrevistas trará 16 assuntos, dentre os quais estão o fim da escala 6 por 1 (que inaugurou a temporada); a participação de mulheres na política; os vícios em apostas on-line; a ascensão da extrema direita na geração Z; o resgate da cultura afro-brasileira; a cultura da magreza e uso de medicamentos; e inteligência artificial: desafios e oportunidades. Cada episódio tem a duração média de 15 minutos. Veja a programação completa abaixo.
O conteúdo é todo pensado pelos estudantes do sexto período, que se reúnem para decidir os temas e os enfoques que serão dados. “Cada entrevista é conduzida por um aluno diferente, como forma de garantir experiência e aprendizado ao maior número possível de pessoas”, ressalta o professor do Departamento de Comunicação e orientador do projeto, Rafael Paes.
ImagemA professora do Departamento de Linguagens, Cultura e Educação Jacyara Paiva foi a entrevistada do episódio que tratou do tema Discurso de ódio nas redes sociais, que será exibido na TVE/ES no dia 7 de julho. Ela considera importante ter recebido o convite para participar do Reverso Ufes por enxergar a universidade como um espaço privilegiado de produção de conhecimentos: “O conhecimento é produzido de diversas formas na área do Jornalismo. Então, pensar que eu participei um pouquinho da formação desses estudantes, sentir o nervoso e a satisfação deles em cumprir seus papéis ali, foi gratificante. Eu aprendi também, fiquei muito feliz e estou torcendo para que esse trabalho possa se fortalecer e mais conhecimento possa ser construído junto com estudantes e professores da Ufes”.
Extensão
Desde sua criação, em 2020, o Reverso Ufes já produziu mais de 125 entrevistas com professores e pesquisadores da Universidade, além de profissionais de áreas como economia, política, saúde, cultura e identidade. No entendimento de Paes, trata-se de um projeto extensionista, uma vez que a disciplina gera um produto dirigido à comunidade. Para ele, isso é algo positivo especialmente a partir da regulamentação da creditação da extensão nos cursos de graduação da Ufes.
“É disciplina, é ensino, é laboratório. O sinal da TVE pega toda a Região Metropolitana levando informação, que é o produto que a gente precisa aprender a fazer em um curso de Jornalismo. Esse produto vai para a televisão aberta, para a maior emissora pública do Espírito Santo. Não é para entregar para o professor, é uma redação universitária, pedagógica, mas que produz um produto concreto, que efetivamente é exibido. Então, eles se empenham mais, aprendem mais, porque, sem produto concreto, eu acho que não dá para aprender Jornalismo”, avalia Paes.
Confira a programação completa das próximas exibições na TVE/ES:
17/04 - Participação das mulheres na política, com Karla Coser;
24/04 - Polarização política no Brasil, com Fabiana Tostes;
01/05 - Mudanças climáticas e inflação de alimentos, com Everlam Montibeler;
08/05 - Vícios em apostas online, com Walter Louzada;
15/05 - Ascensão da extrema direita na geração Z, com Rafael Bellan;
22/05 - Saúde mental de cuidadores de crianças autistas, com Livia Hosken;
29/05 - Resgate da cultura afro-brasileira, com Gustavo Forde;
05/06 - Mudanças climáticas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com Fabiana Franco;
12/06 - Cultura da magreza e uso de medicamentos, com Renata Sampaio;
19/06 - Identidade cultural ✗ Estereótipos culturais, com Cleyde Amorim;
26/06 - Excesso de tecnologia e TDAH: qual a relação?, com Francini Sepulcri;
03/07 - Discurso de ódio nas redes sociais, com Jacyara Paiva;
10/07 - Políticas públicas de combate à obesidade, com Inara Silva;
17/07 - Inteligência Artificial: desafios e oportunidades, com Fabio Malini;
24/07 - Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA), com Ariana Lucero.
Foto: Reverso Ufes
Categorias relacionadas Ensino ExtensãoAlfabetização Científica e Ensino por Investigação são temas de conferência on-line que acontece nesta quarta, 16
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) Biologia e o Mestrado Profissional em Ensino de Biologia (ProfBio) promovem nesta quarta-feira, 16, a conferência A Alfabetização Científica e Ensino por Investigação: Algumas Relações. Conduzido pela professora da Universidade de São Paulo (USP) Lúcia Helena Sasseron, o evento on-line começa às 14 horas e é dirigido a pesquisadores da área de ensino e educação em Ciências, professores da rede básica e licenciandos.
A atividade é gratuita e terá transmissão ao vivo pelo canal da Superintendência de Educação a Distância da Ufes (Sead) no YouTube. Aqueles que acompanharem a palestra receberão certificado de participação.
Sasseron é licenciada em Física, mestre em Ensino de Ciências (Modalidade Física), doutora em Educação e professora da USP desde 2018, sendo uma referência na educação científica, na alfabetização científica e no ensino por investigação.
Segundo a professora do Departamento de Ciências Biológicas da Ufes Viviana Corte, coordenadora do evento, a conferência permitirá um intercâmbio de ideias entre a comunidade acadêmica da Ufes e a pesquisadora. “Será uma grande oportunidade para nossos estudantes de graduação, pós-graduação, pesquisadores e professores. Eles terão oportunidade de aprender e trocar experiências”, frisou.
Ela destacou que os temas abordados por Sasseron contribuem para a formação de profissionais capazes de compreender debates sobre ciência e tecnologia, além de estimular o conhecimento científico, tornando os alunos protagonistas no processo de ensino e aprendizagem: "Fomentar o conhecimento de professores e futuros professores para a alfabetização científica e o ensino por investigação pode contribuir para a formação cidadã dos alunos, desenvolvendo a capacidade de questionar, refletir, resolver problemas e argumentar. E também desenvolver cidadãos críticos, com pensamento lógico e capazes de fazer melhores escolhas”.
A organização do evento planeja novas atividades formativas ainda neste ano. Os interessados no assunto podem acompanhar as divulgações pelo perfil do Laboratório de Popularização da Ciência (Labpop) da Ufes no Instagram.
Categorias relacionadas EnsinoTrabalhadores dos Restaurantes Universitários recebem formação sobre acessibilidade e inclusão
Cerca de 70 trabalhadores que atuam nos Restaurantes Universitários (RUs) dos campi de Goiabeiras e Maruípe participaram na tarde desta segunda-feira, 14, de uma formação sobre acessibilidade promovida pela Diretoria de Gestão de Restaurantes (DGR) e realizada pela Secretaria de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade (Siac), com a participação da vice-reitora, Sonia Lopes (foto principal). A formação teve como tema Educação anticapacitista com foco no atendimento do RU e aconteceu no auditório do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), no campus de Goiabeiras.
A atividade integrou uma programação de treinamentos voltados aos colaboradores dos RUs, que teve início no dia 2 de abril e segue até a próxima quinta-feira, 17, com encontros diários no período da tarde. O objetivo é promover a capacitação técnica e humana dos trabalhadores, alinhando as práticas do dia a dia à filosofia institucional de inclusão, segurança e acolhimento.
Durante o treinamento já foram abordados temas como segurança no trabalho e prevenção de acidentes; segurança na cozinha industrial; alimentação saudável; alimentação e saúde; trabalho em equipe; e comunicação eficaz. Nesta semana, além da formação sobre acessibilidade, os trabalhadores também serão orientados sobre assistência estudantil e prevenção ao assédio.
"A ideia é transmitir aos trabalhadores os valores que prezamos enquanto instituição, fortalecendo uma cultura de inclusão, respeito e acolhimento no ambiente universitário", afirma o diretor de Gestão de Restaurantes da Ufes, Iury Pessoa.
Além de palestras, o treinamento incluiu oficinas, debates e momentos voltados à prática, como a organização dos espaços e dinâmicas para fortalecimento do trabalho coletivo. Os encontros aconteceram majoritariamente no salão menor do RU, com exceção das formações institucionais, que são realizadas no auditório do CEFD.
Inclusão e diversidade
Responsável pela palestra desta segunda-feira, a secretária de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade, Cinthya Oliveira, explicou que esse ciclo de formação está conectado com a proposta do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade. A atividade também contou com a participação da professora Fernanda Simões, da Secretaria de Estado da Educação, que abordou aspectos como capacitismo, inteligência emocional e altas habilidades. Além de professora de Língua Portuguesa, Fernanda Simões é referência em Altas Habilidades no Núcleo Estadual de Apoio Pedagógico à Inclusão Escolar (Neapie) da Superintendência Regional de Educação de Cariacica, psicanalista clínica, especialista em inteligência emocional e pesquisadora em capacitismo.
Um momento marcante da formação foi a participação do estudante de Serviço Social Bruno Martins (foto), que compartilhou suas vivências enquanto pessoa com deficiência, contribuindo para sensibilizar os participantes sobre a importância do respeito às diferenças e da construção de um ambiente mais acessível e acolhedor.
"Os treinamentos, além de fortalecerem as competências profissionais, contribuem para criar um ambiente laboral que valoriza a diversidade, promove o respeito mútuo e o bem-estar coletivo. Com esse processo de qualificação, espera-se que as equipes atuem de forma ainda mais eficiente e segura, promovendo um ambiente de trabalho colaborativo e harmonioso", destaca Pessoa.
Projeto da Ufes é destaque em solenidade para anúncio de investimentos em Ciência, Tecnologia, Inovação e Extensão no ES
A criação do primeiro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Espírito Santo, que será sediado na Ufes, foi um dos destaques apresentados pelo governo do Estado em evento realizado na tarde desta segunda-feira, 14, para anunciar os investimentos realizados em Ciência, Tecnologia, Inovação (CT&I) e Extensão. Na solenidade, realizada no Palácio Anchieta, o governador Renato Casagrande anunciou a oferta de mais de R$ 200 milhões para o fomento das áreas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) neste 1º semestre de 2025.
O reitor da Ufes, Eustáquio de Castro, participou do evento com outros pesquisadores da Universidade. Historicamente, a instituição é uma das que possui o maior volume de projetos aprovados nas chamadas públicas estaduais. Para a criação do INCT, por exemplo, a Ufes receberá R$ 13,8 milhões, sendo R$ 5,8 milhões da Fapes (os demais recursos virão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq).
O projeto foi apresentado na solenidade pelo professor Marcelo Segatto, coordenador do Laboratório de Telecomunicações da Ufes (LabTel) que será responsável pelo desenvolvimento e operação do INCT. O Instituto vai desenvolver e estimular pesquisas na área de fotônica e os recursos serão destinados a bolsas de estudos para estudantes e profissionais, e adequação de espaços físicos, além de serviços e compra de equipamentos.
ImagemReajuste em bolsas
Entre as novidades anunciadas, está o novo aumento no valor pago nas bolsas de formação científica da Fapes. O último reajuste foi em agosto de 2024 e, com o atual, as bolsas passam a ter o 2º maior valor do Brasil, ultrapassando o que é oferecido pelo Governo Federal, por meio da Capes e CNPq, e ficando atrás somente da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp). Atualmente, cerca de 3 mil capixabas possuem bolsas da Fapes e serão diretamente impactados pelo aumento.
Conheça os novos editais da Fapes para o 1º semestre de 2025:
Editais de bolsas para formação de recursos humanos destinados a CT&I:
PIBICES 2025/2026
Valor: + de R$ 5,7 milhões (Funcitec)
Público-alvo: estudantes de graduação
Publicação do edital: prevista para maio
Concessão de bolsas de ICT aos Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica, Tecnológica e de Inovação de instituições capixabas, que ficam responsáveis por selecionar os estudantes de graduação para atuarem em projetos de pesquisa.
Bolsas para Pós-Doutorado Sênior (Inédito)
Valor: R$ 6 milhões (Funcitec)
Público-alvo: Doutores com mínimo de 8 anos de titulação
Edital aberto | Prazo para submissão: até 22 de maio
Concessão de bolsas para estágios de pós-doutores capixabas em projetos de pesquisa em grupos de excelência, visando o avanço científico e tecnológico no Espírito Santo e no Brasil.
Editais de apoio a projetos de pesquisa científica e tecnológica:
Apoio a Projetos em Rede de Economia Verde e Azul no Espírito Santo (Inédito)
Valor: R$ 4 milhões (Fundação Renova)
Público-alvo: Pesquisadores e extensionistas vinculados a Instituições de Ensino Superior e/ou Pesquisa localizadas no Espírito Santo
Edital aberto | Prazo para submissão: até 14 de maio
Apoio a projetos em rede que promovam a preservação e recuperação ambiental no Espírito Santo, com uso sustentável dos recursos naturais em atividades agropecuárias, pesqueiras e aquícolas, incluindo áreas costeiras e manguezais.
Universal
Valor: R$ 28 milhões (Funcitec)
Público-alvo: Pesquisadores com titulação de doutor e vínculo estatutário ou celetista por tempo indeterminado em Instituições de Ensino Superior e/ou Pesquisa localizadas no Estado
Publicação do edital: prevista para maio
Editais de apoio a projetos de extensão:
Apoio às Empresas Juniores (Inédito)
Valor: R$ 1 milhão (Funcitec/MCI)
Público-alvo: Representantes legalmente responsáveis por Empresas Juniores Federadas (EJF), devidamente constituídas, localizadas no ES
Edital aberto | Prazo para submissão: até 17 de abril
Apoio a Empresas Juniores do Espírito Santo que promovam a formação estudantil, inovação e desenvolvimento econômico e social das microrregiões capixabas.
Universal de Extensão III
Valor: R$ 5 milhões (Funcitec/MCI)
Público-alvo: Extensionistas vinculados a Instituições de Ensino Superior e/ou Pesquisa localizadas no ES
Edital aberto | Prazo para submissão: até 24 de abril
Financiamento de projetos de extensão que promovam o desenvolvimento socioambiental e/ou econômico e a redução de desigualdades nas microrregiões do Espírito Santo.
Apoio a Projetos de Economia Verde e Azul no Espírito Santo (Inédito)
Valor: R$ 2,7 milhões (Fundação Renova)
Público-alvo: Pesquisadores(as) e extensionistas vinculados a IES/P pública ou privada sem fins lucrativos, localizada no ES
Edital aberto | Prazo para submissão: até 14 de maio
Apoio a projetos de pesquisa aplicada e extensão que contribuam para preservação, conservação e a recuperação do meio ambiente, buscando o uso eficiente dos recursos naturais e a geração de iniciativas sustentáveis e bioeconômicas.
Editais de apoio à inovação:
Nova Economia Capixaba (Inédito no Brasil)
Valor: R$ 40 milhões (Funcitec/MCI)
Público-alvo: Empresas com faturamento acima de R$ 360 mil
Edital aberto | Prazo para submissão: fluxo contínuo
Visa aumentar a competitividade dos setores econômicos do Espírito Santo por meio de projetos de inovação realizados em parceria entre empresas e ICTs capixabas.
Negócios de Impacto Socioambiental (NISA) – Cobertura Florestal (Inédito)
Valor: R$ 7 milhões (Fundágua)
Público-alvo: Negócios de impacto socioambiental que contribuam para a manutenção, recuperação e a ampliação da cobertura florestal no Estado
Edital aberto | Prazo para submissão: até 12 de maio
Apoio a negócios de impacto ligados à sociobiodiversidade e economia azul no Espírito Santo, focados na restauração da Mata Atlântica e em territórios de povos tradicionais.
Apoio aos Núcleos de Inovação Tecnológica do Espírito Santo – NIT (Inédito)
Valor: R$ 3 milhões (Funcitec)
Público-alvo: Núcleos de inovação tecnológicas capixabas
Publicação do edital: prevista para maio
Apoio ao fortalecimento dos NITs do Estado por meio de bolsas e recursos para infraestrutura e custeio dos Ambientes Promotores de Inovação (API).
Fotos: Ufes (foto principal) e Hélio Filho/Secom Governo do ES
Categorias relacionadas InstitucionalEscritora Conceição Evaristo recebe nesta terça, 15, o título de doutora honoris causa da Ufes
A Ufes celebrará a trajetória literária e acadêmica de Conceição Evaristo concedendo à escritora e linguista o título de doutora honoris causa, a maior honraria concedida por instituições de ensino superior a pessoas que tenham se destacado por sua contribuição em áreas como cultura e educação. A sessão solene será realizada nesta terça-feira, dia 15, às 18 horas, no Teatro Universitário. O evento é aberto ao público e não há necessidade de retirada de ingresso, mas a entrada estará sujeita à capacidade do espaço.
Proposta por professores da Ufes e militantes negros capixabas em conjunto com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), a concessão do título reconhece a contribuição da escritora para a sociedade por meio de suas obras, sobretudo para a luta antirracista.
O evento terá início com apresentações culturais que dialogam com a obra da homenageada, como a do Coral Serenata d’Favela, conhecido por interpretar canções populares com influências afro-brasileiras. No hall do Teatro o público também poderá ver a exposição fotográfica E Eu, Mulher Preta?, que retrata a força e a pluralidade da mulher negra no Brasil.
Após as manifestações artísticas, terá início a sessão solene, conduzida pelo reitor da Ufes, Eustáquio de Castro.
Versatilidade
Natural de Belo Horizonte (MG), Conceição Evaristo se notabiliza pela versatilidade de seus textos, que variam entre ficção, poesia e ensaio, e pela publicação de obras em que se destacam personagens e contextos sociais marcados por relações de gênero e raça. Entre seus livros mais conhecidos estão Ponciá Vicêncio, Insubmissas Lágrimas de Mulheres, e Olhos D’água, vencedor do Prêmio Jabuti em 2015.
Para a professora e pesquisadora do Neab Patrícia Rufino, Conceição Evaristo é um ícone cultural do Brasil, uma vez que transita no meio acadêmico, como pesquisadora e professora, e no meio literário, por meio de sua observação do cotidiano da população negra, incluindo suas próprias vivências. “Ela traz a memória, a narrativa e a identidade para os seus poemas. Uma senhora que viveu tantas gerações e conheceu tanto a desigualdade do nosso país. A outorga do título é um reconhecimento simbólico e político da sua contribuição inestimável”, diz.
Embora não tenha vínculo formal com a Ufes, Conceição Evaristo é objeto de diversos estudos na Universidade, incluindo grupos de pesquisa dedicados a seu processo de “escrevivência”, uma junção entre a escrita e a experiência pessoal. Segundo Rufino, ao outorgar o título a Conceição Evaristo, a Ufes reafirma a importância da inclusão da mulher negra e periférica nas universidades.
“Essa homenagem é uma inspiração para tantas mulheres com a mesma trajetória. Isso nos faz pensar o quanto a universidade é um espaço de luta e resistência, mas também de fortalecimento da identidade e de ressignificação de vidas. E que essas vidas precisam ser valorizadas”, afirma.
Categorias relacionadas InstitucionalEnade 2023: Dos 29 cursos da Ufes avaliados, 24 receberam os maiores conceitos
Vinte e quatro cursos de graduação da Ufes nas áreas de saúde e engenharia receberam os maiores conceitos (4 e 5) no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). O resultado da avaliação, realizada em 2023 em 29 cursos da Ufes, foi divulgado na última sexta-feira, 11, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação (MEC).
Além do Conceito Enade (CE), também foram divulgados o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Curso (IGC), que leva em consideração a média dos CPCs do último triênio, relativo aos cursos avaliados da instituição; à média dos conceitos de avaliação da pós-graduação stricto sensu e à distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino (graduação ou pós-graduação). A analise desses indicadores colocou a Ufes no 25º lugar entre as 112 Instituições de Ensino Superior (IES) públicas federais e no 67º lugar entre as 2.101 IES do Brasil, considerando públicas e privadas. Veja aqui o resultado completo.
A secretária de Avaliação Institucional da Ufes, Leila Massaroni, explica que o Inep estabelece vários indicadores para avaliar a qualidade de ensino da graduação que está sendo ofertado pelas IES. A extensão desses conceitos varia de 1 a 5, sendo 4 e 5 os melhores conceitos. “Para se atingir esses conceitos máximos é necessária toda uma organização da IES no que se refere às dimensões didático-pedagógica, corpo docente e infraestrutura. Também é necessária uma estrutura de gestão para que todas essas dimensões sejam executadas objetivando a qualidade da formação dos nossos estudantes, e a Ufes vem evoluindo a cada avaliação”, destaca.
“Esses resultados consolidam todo compromisso e investimento que vem sendo realizado para a qualidade da formação dos estudantes. É um empenho conjunto de professores, técnicos administrativos e dos próprios estudantes. Ser reconhecida nacionalmente é a certeza de que estamos desenvolvendo os objetivos propostos para uma formação de qualidade”, complementa Massaroni.
Ela lembrou ainda que, comparando a avaliação desses cursos realizada em 2019 com a avaliação realizada em 2023, a Ufes subiu de nove para 12 o número de cursos que obtiveram nota 5.
Avaliação
Os cursos que receberam Conceito Enade 5 foram: Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Odontologia, do campus de Maruípe; e Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de Computação, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica, do campus de Goiabeiras.
Já os cursos avaliados com conceito 4 foram: Agronomia, Farmácia, Medicina Veterinária, Nutrição e Zootecnia, do campus de Alegre; Agronomia, Enfermagem, Engenharia de Produção e Farmácia, do campus de São Mateus; e Fonoaudiologia, Engenharia de Produção Vespertino e Engenharia de Produção Noturno, do campus de Goiabeiras.
Categorias relacionadas EnsinoAções de conscientização vão celebrar o Dia Mundial da Voz nesta quarta, 16, na área verde do Hucam
Uma série de ações de conscientização para celebrar o Dia Mundial da Voz vai movimentar o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam/Ufes) na manhã desta quarta-feira, 16, As atividades, abertas ao público, acontecem das 8h às 12h na área verde em frente ao Hospital e têm o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de preservar a saúde da voz a partir de abordagens educativas e interativas.
No local, o público será orientado por professores e estudantes de Fonoaudiologia ligados à Liga Acadêmica de Voz do Espírito Santo (Lavozes) sobre os principais distúrbios relacionados à voz, como rouquidão persistente, fadiga vocal e perda da voz, entre outros sintomas comuns tanto para profissionais que utilizam a voz como instrumento de trabalho – a exemplo de professores, atores, cantores e atendentes de telemarketing – quanto para a população geral.
Além das orientações, o espaço contará com apresentações musicais, atividades infantis, distribuição de kits e panfletos com medidas de higiene vocal, além de atividades que mostram como a voz é produzida.
A professora do Departamento de Fonoaudiologia Carolina Anhoque, coordenadora da ação, explica que, embora o evento ofereça atividades educativas, não haverá atendimento clínico no local. Contudo, dependendo do caso, o paciente poderá receber orientação para agendar um atendimento. “Se houver procura, encaminharemos para serviço de referência para que a pessoa se consulte em outro momento”, afirma.
Importância global
O Dia Mundial da Voz é comemorado anualmente em 16 de abril e é celebrado pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) por meio da Campanha Amigos da Voz. Neste ano, a iniciativa comemora duas décadas de existência e repercussão internacional, sendo lembrado em mais de cem países.
Mesmo com toda a projeção da campanha dentro do País e ao redor do mundo, estima-se que aproximadamente 30% da população mundial – ou seja, mais de 2,4 bilhões de pessoas – pode apresentar algum tipo de distúrbio vocal ao longo da vida.
Para Anhoque, ter uma voz saudável “significa cuidar da saúde” e reflete “como podemos ser bons comunicadores e ser transformadores". “Medidas simples e comportamentos saudáveis geram bem-estar vocal”, complementa a professora.
Confira algumas orientações da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) para cuidar da saúde da voz:
Evite abusos vocais, como gritar ou falar muito alto, por um longo período;
Procure se comunicar sem fazer força. Abra bem a boca para articular as palavras.
Beba água regularmente, evite pigarrear e falar muito em ambientes ruidosos para não competir com o barulho;
Limite o consumo de álcool e, se fumar, incluindo cigarros eletrônicos, procure um programa para interromper o tabagismo. O cigarro é o maior inimigo da voz;
Evite também ficar próximo a fumantes para não se expor aos componentes tóxicos e cancerígenos da fumaça do cigarro;
Pessoas que usam voz de maneira profissional devem buscar uma avaliação vocal com um fonoaudiólogo especialista em voz e seguir as orientações para diminuir o desgaste.
Ciclo de palestras on-line aborda comunicação não violenta nesta quarta, 16. Evento gratuito e aberto ao público
Na próxima quarta-feira, 16, a Superintendência de Educação a Distância (Sead) promoverá a palestra Gestão de Conflitos e a Comunicação Não Violenta. O evento, aberto ao público, será transmitido pelo canal da Sead no YouTube, a partir das 19 horas. Pessoas interessadas em obter certificado devem fazer inscrição na Plataforma Colibri até esta terça-feira, 15, e avaliá-la após o fim da transmissão.
Segundo a palestrante Viviane Carla Ribeiro, professora e coordenadora de tutoria da Sead, promover a formação sobre comunicação não violenta e escuta ativa é importante para que as pessoas evitem e resolvam conflitos nas famílias, nas escolas, nas empresas e demais instituições, por meio do desenvolvimento da empatia, da clareza e da honestidade. "Com o surgimento das redes sociais, a comunicação está cada vez mais restrita ao ambiente virtual, no qual a opinião tem sido formada a partir da disseminação de falsas informações ou pela leitura de notícias sensacionalistas e superficiais. Isso tem contribuído para uma onda de violência nas nossas relações e na comunicação. Abordaremos, por meio de exemplos práticos, como a comunicação não violenta pode contribuir para a resolução desses conflitos”, explica Ribeiro, que é autora do livro Agressão: fundamentos biopsicossociais.
O evento faz parte do Ciclo de Palestras 2025, iniciado em março, com a palestra Pesquisa Acadêmica e Inteligência Artificial, disponível no Canal da Sead no YouTube. Nela, o professor do Departamento de Filosofia Maurício Abdalla discutiu as potencialidades, as oportunidades, os limites e os riscos trazidos pela inteligência artificial em relação à pesquisa e ao trabalho acadêmico.
Confira abaixo as datas e os temas das próximas palestras do Ciclo de Palestras da Sead neste ano:
11/6, às 19h: Crise Climática, com Luiz Fernando Schettino, doutor em Ciências Florestais, ambientalista e professor aposentado da Ufes;
13/8, às 19h: Violência contra as mulheres, com Elda Alvarenga, doutora em Educação e tutora da Sead;
24/9, às 19h: Democracia, negacionismo e ciência, com Ueber José de Oliveira, doutor em Ciência Política e professor da Ufes;
22/10, às 19h: Formação docente/profissão docente, com Renata Simões, doutora em História da Educação e professora da Ufes;
19/11, às 19h: Mapa preto da educação brasileira, com Thiago Pereira, coordenador de Programas Educacionais no Instituto Guetto.
Estudos da Ufes integram livro nacional sobre gestão sustentável de resíduos sólidos. Lançamento será nesta terça, 15
O professor do Departamento de Engenharia Ambiental Renato Siman, que coordena o Laboratório de Gestão do Saneamento Ambiental (Lagesa/Ufes), é um dos autores do livro 14 anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: instrumentos de implementação, inovação e reflexões críticas. A obra, que celebra os avanços, analisa os desafios e oferece perspectivas após os 14 anos da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), será lançada durante um evento on-line, nesta terça-feira, dia 15, entre 17 e 19 horas, com transmissão pelo canal do Instituto Venturini para Estudos Ambientais no YouTube.
Na live de lançamento, o público será apresentado aos 13 capítulos que compõem o livro, que é organizado pelo Observatório da Política Nacional de Resíduos Sólidos (OPNRS). A obra é dividida em três partes: Balanço da Política Nacional de Resíduos Sólidos: avanços e limites; Logística Reversa e Economia Circular; e Dimensões Socioeconômicas e Impactos Ambientais, na qual se insere o capítulo produzido por Siman em parceria com a pesquisadora do Lagesa/Ufes Juliana Salomão, intitulado Disposição a pagar pelo manejo de resíduos sólidos comerciais: um estudo de caso em Vitória e Aracruz/ES.
O capítulo trata da avaliação do efeito em se classificar estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço como grandes geradores de resíduos e do quanto eles estão dispostos a pagar pelos serviços de manejo de seus detritos.
Contribuição para municípios
Para Siman, a contribuição do trabalho está em possibilitar que gestores municipais de todo o país tenham a oportunidade de preservar a arrecadação de impostos e taxas para a gestão dos resíduos públicos, aproximando o público-alvo das tomadas de decisão e, com isso, superando barreiras que, de acordo com ele, a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) enfrenta mesmo após 14 anos de sua elaboração: “Nós oferecemos uma observação muito interessante, para que os municípios brasileiros usem como referência, para que eles próprios possam fazer uma análise do perfil que tem a participação da economia local em relação ao uso da arrecadação municipal na prestação de serviços públicos”.
Após o lançamento, o livro ficará disponível para download gratuito no site do OPNRS e no portal de livros abertos da Universidade de São Paulo (USP).
Categorias relacionadas ExtensãoUfes comunica com pesar o falecimento do professor do campus de Alegre, Cláudio Moisés Ribeiro
A Administração Central da Ufes comunica com pesar o falecimento do professor do Departamento de Química e Física, do campus de Alegre, Cláudio Moisés Ribeiro, ocorrido neste sábado, 12. O velório acontece na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, onde será realizado o sepultamento neste domingo, 13, às 14 horas.
Graduado em Engenharia Elétrica - Eletrônica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com mestrado em Planejamento Energético e doutorado em Energia, o professor atuava principalmente em pesquisas nas áreas de energia solar fotovoltaica, fontes renováveis, eletrificação rural, sistemas híbridos e sistemas isolados.
Em nome de toda comunidade acadêmica, a Administração Central da Ufes presta sua solidariedade aos familiares e amigos do professor.
Categorias relacionadas InternacionalEstudo mostra valor de macroalgas para sequestro de carbono e revela forte presença desses organismos na costa capixaba
Um estudo do Grupo de Ecologia Bentônica da Ufes, financiado pelo Programa de Longo Prazo de Pesquisa Ecológica – Habitats Costeiros do Espírito Santo (PELD-HCES) mostra, pela primeira vez, a grande extensão de bancos de macroalgas na costa do Espírito Santo e revela a sua importância para o sequestro de carbono.
A pesquisa foi projeto de iniciação científica do estudante do quinto ano do curso de Oceanografia André Vassoler, orientado pelo professor Angelo Bernardino. As amostras foram colhidas na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas, no município de Aracruz, que abriga grande riqueza e biomassa de macroalgas do Atlântico Tropical. Também foi identificada, por satélite, a presença de algas em todo o litoral capixaba.
Os autores do estudo, publicado no dia 8 de abril, realizaram a primeira estimativa de carbono ecossistêmico em bancos de algas do litoral capixaba encontrando, em média, 1.6 tonelada de carbono por hectare. “A análise revela que algas proporcionam um incremento de 30% nos estoques de carbono quando comparado com áreas sem a presença desses bancos, mostrando seu valor como reservatório de alimento para comunidades marinhas”, diz Bernardino.
O mapeamento na zona costeira do estado registrou 527 hectares de bancos de algas, o equivalente a 750 campos de futebol. “Esses extensos bancos, dominados principalmente por macroalgas do gênero Sargassum, possuem um estoque total equivalente a 870 toneladas de carbono que, se perdidos, emitiriam mais de três mil toneladas de gás carbônico para a atmosfera, ou o equivalente a emissões de 700 carros movidos a gasolina por um ano”, analisa o professor.
A pesquisa também agrega novas evidências de que grande parte dos bancos de macroalgas do Estado localiza-se fora de unidades de conservação. “Dessa forma, o estudo auxilia órgãos estaduais e federais no planejamento costeiro para possibilitar a conservação desses ecossistemas que abrigam grande biodiversidade”, diz o professor.
Manguezais
Outra descoberta, segundo Bernardino, é que “as algas armazenam menos carbono azul do que os bosques de manguezal, e não aumentam a quantidade armazenada no solo, o que sugere que seu valor para processos de mitigação de emissões de gases estufa seja limitado, ao contrário do que dizem outros estudos”.
Foto: Angelo Bernardino/Sítio PELD Espírito Santo
Categorias relacionadas Meio ambiente PesquisaLista tríplice para vaga de desembargador do Tribunal de Justiça é formada por egressos da Ufes
Três advogados egressos do curso de Direito da Ufes integram a lista tríplice para ocupar a vaga de desembargador no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Alexandre Puppim, Erfen Ribeiro e Vinícius Pinheiro de Sant'Anna, formados entre a década de 1980 e 1990, foram eleitos pelo Tribunal. Agora, um deles será escolhido pelo governador Renato Casagrande para ocupar a vaga aberta pela aposentadoria do desembargador Annibal de Rezende Lima, também egresso da Universidade.
Na imagem, Alexandre Puppim, Vinicius Pinheiro de Sant’Anna e Erfen Ribeiro
Para o chefe do Departamento de Direito da Ufes, professor Marco Antonio Olsen, a indicação de ex-estudantes do curso a cargos de destaque em nível estadual e nacional é reflexo do empenho do corpo docente do curso.
“Um corpo docente com relevância nacional, citado em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além disso, trabalhos de doutrina e trabalhos teóricos de autoria de professores da Universidade têm se destacado”, ressaltou.
Olsen também destacou o reconhecimento e os avanços recentes que o curso tem alcançado, como a aprovação do doutorado em Direito Processual pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o reconhecimento do Selo de Qualidade OAB Recomenda, concedido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ambas as conquistas aconteceram no último ano. “Há muito empenho na condução tanto da graduação quanto do mestrado. E agora, no segundo semestre, nós vamos iniciar o doutorado”, complementou o professor.
O curso de Direito da Ufes, que este ano completa 94 anos, é a mais antiga graduação do Espírito Santo em funcionamento ininterrupto. Atualmente, conta com um quadro de 42 docentes, sendo 38 efetivos, dos quais mais de 90% possuem titulação de doutor. A oferta semestral é de 55 vagas, isto é, 110 vagas por ano. O mestrado em Direito Processual, implementado em 2006, já diplomou mais de 300 mestres em Direito.
Conheça o perfil dos candidatos à vaga de desembargador:
Alexandre Puppim é advogado graduado em 1996, especialista em Direito Empresarial e mestre em Relações Privadas e Constituição pela Faculdade de Direito de Campos (FDC/RJ). É professor em faculdades particulares da Grande Vitória e já atuou como professor substituto na Ufes.
Erfen Ribeiro se formou em 1984 e é procurador do Estado do Espírito Santo desde 1996. Já atuou como subprocurador-geral para Assuntos Jurídicos e chefe da Procuradoria do Estado em Brasília, além de ter ocupado o cargo de chefe do Departamento Jurídico da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Vinícius Pinheiro de Sant'Anna graduou-se em 1994 e possui mestrado em Processo Civil Constitucional pela Ufes. Possui MBA em Direito Tributário (FGV-MMurad) e é especialista em Direito Público.
Imagem: Assessora de Imprensa e Comunicação Social/TJES
Categorias relacionadas InstitucionalUfes comunica com pesar o falecimento do professor voluntário Hadi Ahmed Khalifa
A Administração Central da Ufes comunica com pesar o falecimento do professor voluntário Hadi Ahmed Khalifa, ocorrido na última terça-feira, 8. O sepultamento foi realizado nesta quinta-feira, 10, na cidade de Campinas (SP).
Khalifa era natural da Líbia, formado pela Universidade da Flórida e mestre em ciências pela Universidade de Campinas (Unicamp). Desde 2017, atuava como professor voluntário de cursos de extensão gratuitos sobre a língua e cultura árabe na Ufes. Foi ainda idealizador da Capela Ecumênica da Ufes, onde promovia celebrações.
Em nome de toda a comunidade acadêmica, a Administração Central da Ufes manifesta sua solidariedade aos familiares e amigos do professor.
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