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Cine Metrópolis recebe mostra gratuita de filmes e debates sobre lusofonia a partir desta quinta-feira, 20
A partir desta quinta-feira, 20, o campus de Goiabeiras receberá filmes, debates e formações sobre lusofonia na programação da I Mostra Cine Luso Brasil. Até sábado, 22, das 9 às 21h30, o Cine Metrópolis exibirá, de forma gratuita, obras audiovisuais realizadas em países que têm o português como língua oficial, além de uma oficina de coprodução internacional. Não é necessária inscrição prévia para participar das sessões e da oficina. Já o laboratório criativo anticolonial, que acontecerá nos dias 24 e 25 no Cemuni V, está com inscrições encerradas.
Desdobramento da mostra Cine Luso, que teve cinco edições realizadas em Bruxelas, na Bélgica, o evento celebra os 50 anos da independência dos países africanos de língua portuguesa com o tema Lusofonia – Diásporas e Identidades, abordando identidades a partir do exílio, da migração, do sincretismo e da resistência cultural. Idealizadora e curadora da mostra, Aline Yasmin assistiu a cerca de 50 obras produzidas em Portugal, no Brasil e nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop).
“A decisão curatorial partiu do tema principal – a celebração dos 50 anos de independência dos países africanos – e de seus subtemas. Defini alguns eixos norteadores e foquei meu olhar em obras das quais eu poderia extrair conteúdos potentes para as discussões, já que o objetivo central é sustentar e aprofundar os debates, além de evidenciar as coproduções com lusófonas dos diversos territórios”, explica Yasmin.
Reflexões
As sessões da mostra serão seguidas de debates com realizadores e especialistas em audiovisual. As discussões seguirão um conceito curatorial focado na reflexão sobre a condição pós-colonial dos países lusófonos, abordando desde os traumas da colonização e das lutas de libertação até as expressões criativas que emergem das margens. Segundo Yasmin, a primeira edição do evento terá um recorte “mais histórico”, a exemplo das obras Canhão de Boca, de Ângelo Lopes, e Batida de Lisboa, de Rita Maia e Vasco Viana.
“Para o filme de abertura, Pretu Funguli [de Monica Musoni] me pareceu uma escolha ao mesmo tempo óbvia e necessária, pois parte dele foi realizado no Espírito Santo, em um projeto do qual participei, em residência artística com [o artista visual] Nú Barreto em sua trajetória internacional. Além disso, o filme permanece inédito no Brasil, depois de já ter circulado por diversos lugares do mundo”, afirma.
Diálogo
Para a curadora, a itinerância do projeto abre “uma ponte importante com a rede de produção da lusofonia” e pode impactar a produção audiovisual brasileira e capixaba. “A língua portuguesa é uma das mais faladas do mundo e acreditamos que esse encontro seja extremamente rico. Temos trabalhado de forma muito profissional para mapear, distribuir e produzir em parceria com profissionais do universo lusófono, o que abre uma janela concreta para potenciais diálogos”, diz Yasmin.
A Mostra Cine Luso Brasil foi contemplada no Edital 04/2025 - Nova Cena: Mostras e Festivais (Secult/ES - PNAB) e é apoiada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB). O evento é uma realização da Associação Espírito Mundo, Interferências Filmes, Funcultura, Secult/ES, Sistema Nacional de Cultura (SNC) e PNAB/MinC, com o apoio institucional do Instituto Camões - Embaixada de Portugal e da Rede de Cinema e Audiovisual PALOP/TL. No âmbito da Ufes, a mostra tem apoio da Secretaria de Cultura, do Departamento de Comunicação Social, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) e do projeto Escola da Terra Capixaba.
Confira a programação completa no perfil da Mostra Cine Luso no Instagram.
Categorias relacionadas CulturaEm visita à Ufes, reitor da Universidade de Belas (Angola) renova acordo e busca apoio para enfrentar desafios da instituição
A Ufes recebeu na manhã desta quarta-feira, 19, o reitor da Universidade de Belas (Angola), Pedro Kitoko. A visita teve como objetivo renovar o acordo existente entre as duas instituições, o que possibilitará que a Ufes auxilie a universidade africana em questões que visam a melhoria do ensino ofertado.
O reitor angolano foi recepcionado pela vice-reitora da Ufes, Sonia Lopes; pelo secretário de Relações Internacionais, Felipe Guimarães; pela chefe da Divisão de Acordos de Cooperação da Secretaria de Relações Internacionais (SRI), Maria José Pontes; pela assessora de Relações Políticas com a Comunidade Acadêmica, Patrícia Rufino; e pelo professor do Departamento de Educação Integrada em Saúde e coordenador do Grupo de Estudos em Segurança Alimentar e Nutricional (Gesan), Alcemi Barros.
Na foto, da esquerda para a direita: Patrícia Rufino, Alcemi Barros, Sonia Lopes, Pedro Kitoko, Maria José Pontes e Felipe Guimarães.
Durante o encontro, Kitoko falou sobre a história da Universidade de Belas (criada em 2007), os cursos oferecidos e a infraestrutura da instituição, além de ressaltar pontos de fragilidade que o motivaram a conhecer a Ufes. Segundo ele, um dos desafios enfrentados nos dois anos em que está no cargo é a baixa qualificação do corpo docente, que se soma à escassez de produção científica e oferta de atividades de extensão. Outras preocupações são a baixa disseminação dos resultados das pesquisas realizadas, uma vez que há poucos periódicos científicos, os altos índices de violência doméstica, a insegurança alimentar e a insuficiência de parcerias internas e externas. Atualmente, as poucas parcerias existentes são com instituições brasileiras, devido à língua e a cultura, que são facilitadores.
Plano de ação
"O reitor ressaltou algo que consideramos essencial: a cooperação internacional é uma via concreta para fortalecer a ciência, a tecnologia e a formação de pessoas nos dois países. A Ufes tem enorme satisfação em colocar sua experiência acadêmica a serviço de parcerias que ampliem oportunidades e consolidem trajetórias científicas", disse Sonia Lopes. A ideia para amparar a Universidade de Belas, de acordo com a vice-reitora da Ufes, é a criação de um plano de ação vinculado a uma proposta de extensão. “Essa proposta vai culminar em um projeto básico, que futuramente pode ter um tipo de empenho financeiro, relacionado a alguns editais. Também podemos pensar na constituição de recursos para ampliar as ações do projeto de extensão”, assegura.
Para Pedro Kitoko, a proposta terá grande impacto. “Temos uma ideia clara do que é a Ufes e vai correr tudo bem, daqui a dois anos os frutos já serão muitos. A Ufes vai nos ajudar bastante, porque a parceria com a Universidade, em nível de país, não é algo recente, temos produtos concretos. O ministro de Ensino Superior fez o doutorado em Fisiologia aqui e o reitor da principal universidade angolana, a Agostinho Neto, também passou por aqui. A Ufes já têm produtos em Angola. Dificuldades não vão faltar, mas não trabalhamos baseados nelas, nós estamos determinados para qualquer tipo de enfrentamento e temos a certeza que tudo vai dar certo”, analisa.
Ele enfatizou ainda que o ponto-chave para fortalecer a relação entre as duas instituições é apostar no intercâmbio, “por ser uma forma de aprender com os outros, com outras dinâmicas e culturas. Queremos aproximar os povos dos dois países através da ciência e da tecnologia, e utilizar a experiência da Ufes para qualificarmos mais docentes. A mobilidade docente é fundamental”.
A vice-reitor da Ufes destacou que a Universidade acredita que a qualificação docente, o fortalecimento da iniciação científica e a mobilidade acadêmica são pilares fundamentais para o desenvolvimento das instituições de ensino superior. "Por isso, vemos com muito entusiasmo a possibilidade de ampliar a participação de docentes da UnIBELAS em nossos programas e de construir projetos conjuntos que impactem positivamente a formação universitária em Angola e no Brasil", afirmou.
Além do acordo com a Universidade de Belas, a Ufes possui acordos acadêmicos ativos com o Instituto Nacional do Café, com a Universidade Agostinho Neto e com o Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela. Com relação a intercâmbios, há nove estudantes angolanos em terras capixabas, sendo sete na graduação e dois na pós-graduação, nos cursos de Arquitetura, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia de Computação, Nutrição, Odontologia, Terapia Ocupacional, Doutorado Profissional em Educação e Mestrado em Saúde Coletiva.
Categorias relacionadas InternacionalCampus de Goiabeiras recebe manifestação antirracista e festival de cultura negra nesta quinta-feira, 20
A Ufes se transforma em ponto de encontro da luta antirracista ao receber, nesta quinta-feira, 20, a 18ª Marcha Estadual contra o Extermínio da Juventude Negra. Partindo da praça de Itararé, às 15h30, a Marcha se dirige ao campus de Goiabeiras, onde acontecerá, a partir das 18h30, o V Festival de Cultura Negra, com diversas apresentações musicais gratuitas. O evento marca o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.
Organizada pelo Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes), a Marcha conta, desde a sua elaboração, com representantes de diversos movimentos sociais, coletivos e autoridades públicas locais. O evento também tem apoio institucional da Ufes, “espaço público de produção de conhecimento, formação crítica e de defesa da democracia”, segundo a vice-reitora da Universidade, Sonia Lopes.
“Quando a Marcha ocupa a Universidade, reafirmamos que este espaço pertence também, e sobretudo, àqueles que historicamente foram excluídos dele. A presença da Marcha em nosso campus rompe silêncios, fortalece o diálogo entre saber acadêmico e saber comunitário e reafirma que a luta contra o racismo deve atravessar todas as dimensões da vida acadêmica.”, afirma Lopes, lembrando o compromisso da Ufes de promover a igualdade racial, a diversidade e o diálogo com movimentos sociais. “É uma ação de elevada relevância social, política e cultural”, diz.
Feminicídio e extermínio
A Marcha traz neste ano o tema O silêncio que grita, denunciando os altos números de feminicídio e violências contra as mulheres, sobretudo negras, no Espírito Santo. A pauta desta edição ainda faz referência ao novo disco da cantora e rapper paulistana Negra Li, figura importante na luta pelas vozes das mulheres negras.
“O Espírito Santo está em sexto lugar no ranking nacional de feminicídios (taxa de 1,94 por 100 mil habitantes), uma média superior à média brasileira (1,34)”, aponta Emanuella Gonçalo, presidenta do Fejunes.
“Quando a gente vai ver quem são essas mulheres mortas, a grande maioria é de mulheres negras. O extermínio é interseccional, porque são várias violências que perpassam os nossos corpos: sexismo, classismo, racismo. Há uma tentativa de silenciamento dessas vozes, que estão gritando o tempo todo. Exigimos o fim das violências e a afirmação dos direitos das mulheres negras de existir, sonhar, viver com liberdade e segurança”, afirma Gonçalo.
Além do tema central, a Marcha busca combater a “sistematização de violências” que compõem o extermínio da juventude negra, “seja pela falta de emprego, a violência policial, a pobreza, a questão alimentícia”, entre outras variáveis, segundo a presidenta do Fejunes.
O secretário executivo do Fejunes, Filipe Lima, destaca o ciclo do extermínio contra jovens negros e negras, que tem como ponto final a letalidade policial. “O extermínio começa nas violências obstétricas contra mulheres negras, na ausência de uma educação de qualidade para crianças e jovens, no acesso precário à saúde e soma-se à falta de oportunidades ou à precarização do mercado de trabalho para a população negra”, afirma.
Festival
Na chegada ao campus de Goiabeiras, o público da Marcha será recebido pelo Bloco Coisa de Negres, primeira atração musical do V Festival de Cultura Negra, que acontecerá em frente ao Teatro Universitário. O evento terá, ainda, batalha de rima, DJ XSL e Vogue Night com Casa de Lacraia. Toda a programação é gratuita.
Para o secretário executivo do Fejunes, a realização do Festival e o apoio da Ufes à Marcha marca um momento histórico na luta antirracista capixaba, na medida em que reforça o compromisso da Universidade no combate ao racismo.
“A Universidade, historicamente, constituiu-se como um espaço de elite e majoritariamente branco. Nos últimos anos, vemos uma mudança radical nos rostos e no público ingressante no ensino superior com as políticas de cotas e essa parceria, sem dúvida, contribui positivamente nesse processo. Demonstra que vivemos um novo momento e aponta para um futuro de Brasil mais justo e com menores índices de desigualdades”, opina Lima.
Categorias relacionadas Cultura InstitucionalUfes cria Banco de Fontes Negras, plataforma digital para conectar mídia e pesquisadores negros
Nos corredores, nos laboratórios, nas salas de aula e nos grupos de pesquisa da Ufes, há histórias que ainda não ganharam o espaço que merecem. São vozes negras que sustentam projetos acadêmicos e extensionistas, descobertas científicas e debates sociais, mas que, muitas vezes, são invisíveis para quem olha de fora. Ou até mesmo de dentro. É para mudar esse cenário que a Universidade se prepara para lançar o Banco de Fontes Negras - Diversidade e Representatividade na Comunicação Institucional, uma plataforma digital voltada exclusivamente para docentes, técnicos-administrativos e estudantes de pós-graduação negros e negras que produzem conhecimento dentro da Ufes.
A ferramenta estará disponível para cadastro do público-alvo (por meio de formulário on-line) até o fim deste ano. Sob coordenação da Secretaria de Comunicação (Secom/Ufes), o Banco de Fontes Negras visa facilitar o trabalho dos veículos de imprensa e de outros setores interessados, oferecendo acesso rápido e qualificado à produção científica desenvolvida por servidores e estudantes negros especialistas em diferentes áreas do conhecimento. A plataforma disponibilizará dados como áreas de atuação, temas de estudo e links para o currículo Lattes, facilitando a busca por fontes de informação e assegurando a presença de especialistas negros em matérias jornalísticas e trabalhos acadêmicos.
Para o reitor da Ufes, Eustáquio de Castro, o Banco de Fontes Negras é uma iniciativa para ampliar a visibilidade das contribuições intelectuais, culturais e políticas de docentes, técnicos e discentes negros da Ufes. "Ao reunirmos, organizarmos e disponibilizarmos informações sobre produções científicas de pessoas negras da nossa comunidade acadêmica, estamos evidenciando o protagonismo dessas pesquisadoras e desses pesquisadores em suas áreas de conhecimento", afirma.
Data simbólica
O pontapé inicial do projeto acontece em uma data simbólica: no Dia da Consciência Negra, um marco nacional dedicado a reconhecer a centralidade da população negra na formação do Brasil e a reforçar o compromisso das instituições com o enfrentamento ao racismo. O 20 de novembro honra a história de Zumbi dos Palmares e lembra que a luta pela equidade racial segue atual. No contexto universitário, isso significa reconhecer que a diversidade precisa aparecer também nos espaços de fala e de autoridade científica.
Os números da Ufes reforçam essa necessidade: atualmente, a instituição conta com cerca de 400 docentes (cerca de 24% do total), 870 técnicos-administrativos (quase 46%) e 1.800 estudantes de pós-graduação (quase 38%) negras e negros. São profissionais e pesquisadores que produzem conhecimento em todas as áreas, da saúde às tecnologias, das ciências humanas às exatas, e que, agora, serão protagonizados e reconhecidos também pelo que produzem (e não apenas convocados quando o assunto é racismo). O movimento dialoga com iniciativas nacionais, como o Jornalismo Antirracista, ao qual a Ufes aderiu em 2020, e também com guias de fontes negras já implantados em outras universidades, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Contando com apoio estratégico da Reitoria e de diferentes setores institucionais, as ações para implementação da plataforma do Banco de Fontes Negras da Ufes serão iniciadas nas próximas semanas, com atividades que envolvem divulgação e mobilização interna para estimular cadastros. A plataforma passará por avaliações periódicas, revisões de dados e relatórios de uso, garantindo adequação à realidade da Universidade, atualização constante e confiabilidade.
Banda Sinfônica da Fames apresenta concerto gratuito com trilhas sonoras de clássicos do cinema
Trilhas sonoras de clássicos do cinema mundial serão apresentadas no palco do Teatro Universitário nesta quarta-feira, 19, a partir das 19h30, no concerto Invasão Intergaláctica, da Banda Sinfônica do Curso de Formação Musical (CFM) da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), com participação do Grupo de Saxofones da Fames. A entrada para o espetáculo é gratuita e estará sujeita à lotação do teatro.
A apresentação passará pelas músicas que marcaram filmes como Star Wars e Blade Runner, levando ao público toda a atmosfera de aventura e suspense que envolve os clássicos. Sob a regência do professor Paulo Eduardo Almeida, o grupo formado por cerca de 40 estudantes executará obras como Galactic Fanfare (Randall Standridge), Stardance (Michael Sweeney) e a cultuada Star Wars Saga (John Williams).
Dramatização
Além das sinfonias, o concerto terá narração e dramatização de atores caracterizados. A história do espetáculo acontece em um futuro distópico, quando a humanidade divide o planeta com androides dotados de inteligência artificial. O último limite que impede que os seres humanos sejam totalmente dominados pelas máquinas é a capacidade de criar e se comunicar por meio da música. Nesse cenário, o herói Odisseu precisa combater Lord V., vilão misterioso que comanda um plano elaborado por máquinas para destruir a música.
Categorias relacionadas CulturaPró-Reitoria de Graduação divulga calendário acadêmico de 2026. Primeiro semestre letivo terá início em 16 de março
A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufes divulgou o calendário acadêmico que contempla as atividades dos cursos presenciais nos quatro campi da Ufes e define feriados e períodos de recesso para o ano de 2026. O primeiro semestre letivo terá início no dia 16 de março e seguirá até 18 de julho.
Já o segundo semestre letivo vai de 10 de agosto a 14 de dezembro. A resolução que define o calendário foi aprovada durante reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe/Ufes).
Veja outras datas definidas:
• Recesso acadêmico do período letivo 2025/2: 24 de dezembro de 2025 a 20 de janeiro de 2026
• Reinício do semestre letivo 2025/2: 21 de janeiro de 2026
• Término do semestre letivo 2025/2: 24 de fevereiro de 2026
• Período de solicitação de matrículas em disciplinas para o semestre 2026/1: 5 a 9 de março de 2026
• Período de provas finais: 20 a 27 de julho de 2026
• Solicitação de matrícula em disciplinas para o semestre 2026/2: 28 de julho a 3 de agosto de 2026
• Período de provas finais: 15 a 21 de dezembro de 2026
Clique aqui e conheça o calendário acadêmico completo.
Categorias relacionadas EnsinoEncontro no campus de Goiabeiras marcará dez anos de atuação do Movimento dos Atingidos por Barragens no ES
No mês em que se completam dez anos do rompimento da barragem de Mariana (MG), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também completa uma década de atuação no Espírito Santo e prepara o Encontro Do Rio ao Mar, é Tempo de Avançar! 10 anos do MAB no Espírito Santo, que será realizado entre os dias 27 e 29 de novembro, no campus de Goiabeiras. O evento, que tem entrada gratuita e aberta ao público, reunirá cerca de 700 atingidos e atingidas do estado, além de representantes de movimentos sociais, instituições e organizações públicas.
O encontro contará com debates, plenárias e atrações culturais dedicadas a revisar as conquistas, lutas e reivindicações de reparação da população atingida. A programação começa na quinta-feira, 27, às 14 horas, com a Plenária Popular Somos Todos Atingidos, dedicada a reforçar o reconhecimento dos territórios atingidos e as necessidades de reparação das comunidades como uma luta por justiça socioambiental de toda a população.
No mesmo dia, às 16 horas, o Movimento realiza o Ato de Rua Contra o Fascismo, em defesa da vida: professora Flávia Amboss, presente!, dedicado à defesa da memória e justiça pelas vítimas do atentado à escola estadual Primi Bitti em Aracruz, que tirou a vida de Flávia Amboss (militante do MAB), de Maria da Penha Banhos, de Cybelle Bezerra e da estudante Selena Sagrillo. O ato será realizado no Centro Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Professora Flávia Amboss Merçon Leonardo (antigo Professor Fernando Duarte Rabello), que foi recentemente renomeado em homenagem à educadora que se dedicava à luta pelos direitos humanos e pela reparação das populações atingidas.
Na sexta-feira, dia 28, às 9 horas, o encontro reinicia sua programação com o ato político Atingidos e Atingidas em defesa da democracia, soberania e ecologia integral, com a presença de representantes do governo federal e estadual, parlamentares e parceiros do MAB. Às 14 horas será realizada a atividade auto-organizada por mulheres, com Oficina de Arpilleras e Roda de Conversa da Tenda da Saúde Popular. Mais tarde, às 16 horas, o evento segue até a noite com atividades culturais e feira de produtos das comunidades atingidas. O sábado, 29, último dia do encontro, será totalmente dedicado a apresentações culturais protagonizadas pelas atingidas e pelos atingidos. Veja a programação completa no perfil do MAB no Instagram.
Luta por direitos
“O encontro marca não só uma década de um crime ambiental sem precedentes, que não deve nunca ser repetido, mas também um momento de luta por diretos, com a aprovação da PNAB [Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens], conquistas sociais importantes, como o PTR [Programa de Transferência de Renda] e as assessorias técnicas, e a consolidação de uma organização, o movimento social como um instrumento para o acesso aos direitos e a consolidação da democracia no Brasil. No decorrer dessa década, o atingido foi um sujeito político negado e invisível para as empresas causadoras do crime, bem como para o poder público, e muitas vezes até para a sociedade”, destaca Heider Boza, da coordenação nacional do movimento.
O Encontro Do Rio ao Mar, é Tempo de Avançar! 10 anos do MAB no Espírito Santo é realizado pelo próprio Movimento e conta com apoio do Ministério da Cultura (MinC), da Secretaria de Recuperação do Rio Doce (SERD), da Ufes, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), do Sindicato dos Ferroviários do ES e MG (Sindfer) e da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes).
Categorias relacionadas Meio ambienteGestão de recursos hídricos é tema de simpósio nacional que começa dia 23 de novembro. Inscrições abertas
Especialistas, pesquisadores, gestores públicos, profissionais do setor produtivo, representantes de instituições acadêmicas, bancos, organismos internacionais, sociedade civil e estudantes se reúnem entre os dias 23 e 28 de novembro, no Pavilhão de Carapina, na Serra, para o XXVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (XXVI SBRH), que traz como tema A Água como Agente de Transformação: Conectando Pessoas, Saberes e Territórios. O evento, considerado o maior da América Latina na área, é realizado pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos, com o apoio da Ufes, e discutirá temas que vão desde educação ambiental a desastres e emergência climáticas, incluindo reflorestamento, segurança de barragens, qualidade da água e impactos das mudanças climáticas, entre outros.
Pessoas interessadas em participar podem se inscrever por meio deste link.
Além da programação científica, o evento contará com espaço de exposição de acesso público e gratuito, a Expohidro, em que empresas e instituições apresentarão suas iniciativas e soluções voltadas à gestão hídrica e à sustentabilidade, além de outras atividades. "A Expohidro é uma das principais vitrines para o setor de recursos hídricos no Brasil, sendo ponto de encontro estratégico para a sociedade conhecer mais sobre o tema da água, inovações, soluções e parcerias no universo hídrico", afirma o professor do Departamento de Engenharia Ambiental da Ufes Diogo Buarque, presidente da Comissão Organizadora local.
De acordo com a organização, a expectativa é que o evento reúna mais de 5 mil participantes, 1.100 trabalhos técnicos e 50 painéis temáticos.
A programação do simpósio inclui ainda lançamento de livros e a entrega dos prêmios Flávio Terra Barth e Mulheres na Gestão das Águas, que têm como objetivo, respectivamente, reconhecer a atuação de pessoas ou instituições que tenham se destacado por contribuições significativas para a gestão e o aproveitamento racional e sustentável dos recursos hídricos, e reconhecer a atuação de mulheres dentro do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh), para o fortalecimento e avanços da Política Nacional de Recursos Hídricos.
Acesse o site do evento para ver a programação completa.
Referência capixaba
Na visão de Buarque, o Espírito Santo ocupa posição estratégica no cenário nacional da gestão hídrica, por sua diversidade de bacias hidrográficas, relevância para o abastecimento urbano, industrial e agrícola, e pela crescente demanda por soluções integradas frente aos desafios climáticos e de uso múltiplo da água.
“Temos uma expectativa muito boa para o simpósio e ele acaba sendo uma vitrine para o Espírito Santo, estado que tem uma série de ações relacionadas à água e muitas são referência nacional. O estado tem o Plano de Descarbonização aprovado e em implantação; o Plano de Adaptação Climática, que foi lançado na COP30 e está em consulta pública; tem também o Cidades Resilientes, que é um projeto do governo por meio do qual a Fundação Espírito-santense de Tecnologia (Fest) e a Ufes vão ajudar a desenvolver o Plano de Redução de Riscos e Adaptação Climática para todos os 78 municípios capixabas. Sem contar inúmeros investimentos do estado em obras para mitigação e adaptação climática, segurança hídrica, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, apoio ao setor produtivo e fortalecimento da governança climática”, enumera.
Ele completa que discutir estratégias de segurança hídrica é uma necessidade. “A água é a base da vida e é fundamental para tudo. Temos em aparente abundância, mas num cenário que, com o tempo, está diminuindo essa oferta. Discutir estratégias de segurança hídrica e de conservação é sempre importante. A ideia do evento é que a gente consiga impactar a sociedade, principalmente as crianças, que, no futuro, serão as tomadoras de decisões”, destaca.
Categorias relacionadas Meio ambienteUfes comunica com pesar o falecimento do servidor Guilherme Fossi Nascimento
A Administração Central da Ufes comunica com pesar o falecimento do servidor Guilherme Fossi Nascimento, ocorrido neste sábado, 15. O velório será realizado nesta domingo, 16, na Igreja Batista de Rive, distrito de Alegre, com culto às 15h30, seguido do sepultamento às 17h.
Atualmente, Guilherme atuava na Diretoria de Suporte Administrativo – Setorial Sul, no campus de Alegre.
Em nome de toda a comunidade acadêmica, a Administração Central da Ufes manifesta sua solidariedade aos familiares e amigos do servidor.
Categorias relacionadas InstitucionalUfes comunica com pesar o falecimento da professora Andrea dos Santos Nascimento
A Administração Central da Ufes comunica com pesar o falecimento da professora do Departamento de Psicologia Andrea dos Santos Nascimento, ocorrido neste sábado, 15. O velório será realizado neste domingo, 16, das 10h às 16h30, no Crematório do Cemitério Jardim da Paz, localizado no município da Serra.
Pesquisadora nas área de Mobilidade e Psicologia do Trânsito; Gênero e Identidade; Cultura; e Questões Étnico-Raciais, a professora era responsável pela disciplina de Gestalt-Terapia desde 2017. Também coordenou o Núcleo de Psicologia Aplicada (NPA) da Ufes entre os anos de 2020 e 2021.
Em nome de toda a comunidade acadêmica, a Administração Central da Ufes manifesta sua solidariedade aos familiares, amigos e amigas da professora.
Categorias relacionadas InstitucionalÚltimos dias de inscrição para simpósios de pesquisas e tecnologias em Coffea canephora no campus de São Mateus
O campus de São Mateus se prepara para receber cafeicultores, pesquisadores, professores e estudantes de todo o país e do exterior que vão participar da terceira edição do Simpósio de Pesquisas e Tecnologias em Coffea canephora, destinado exclusivamente a abordar pesquisas sobre o café Conilon/Robusta do Brasil e do mundo. O evento acontece nos dias 26 e 27 de novembro, no auditório central do campus.
A comissão científica do evento reúne professores e pesquisadores de variadas instituições, dentre elas a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); o Instituto Agronômico (IAC); e o Instituto Superior de Agronomia (ISA), considerado a maior escola de graduação e pós-graduação em Ciências Agrárias de Lisboa, Portugal.
As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas por meio do formulário disponível neste link.
O primeiro dia do Simpósio será dedicado a palestras sobre pesquisas envolvendo estresse abiótico e mudanças climáticas, bem como à apresentação oral de resumos. O palestrante será o pesquisador do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (Iniav), de Portugal, José Semedo. No segundo dia, além da apresentação de pôsteres, haverá o já tradicional Simpósio do Produtor de Conilon, que, em sua 14ª edição, abordará o tema Adaptação às Mudanças Climáticas.
O professor do Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas Fábio Luiz Partelli, responsável pela coordenação-geral dos eventos, afirma que o objetivo é “levar conhecimento de alto nível em Coffea canephora a cafeicultores, técnicos do segmento, professores, pesquisadores e estudantes de todo o Brasil e também de países que trabalham com café Conilon/Robusta, como Portugal, França, Uganda, Estados Unidos e Angola".
Todas as informações sobre os dois eventos estão disponíveis neste site.
Foto: Fábio Partelli
Categorias relacionadas PesquisaRUF 2025: Ufes fica na 23ª posição entre universidades públicas e privadas do país
O Ranking Universitário Folha (RUF) 2025, divulgado esta semana, consolidou a posição da Ufes no rol das 30 melhores instituições brasileiras de ensino superior, entre 204 avaliadas. A Universidade ficou em 22º lugar entre as instituições públicas e em 23º lugar no ranking geral, que considera universidades públicas e privadas.
Um total de 37 cursos da Ufes participaram desta edição do RUF, sendo que 30 foram avaliados como os melhores (1º lugar) do Espírito Santo: Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Artes Plástica e Visuais, Biologia, Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Computação, Design, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Filosofia, Física, Geografia, História, Letras, Matemática, Medicina Veterinária, Odontologia, Pedagogia, Publicidade e Propaganda, Psicologia, Química e Serviço Social.
Desses, 12 estão entre os 30 melhores do país: Agronomia (21º), Biologia (25º), Ciências Contábeis (26º), Direito (17º), Educação Física (24º), Engenharia Ambiental (13º), Engenharia Mecânica (29º), Geografia (29º), História (26º), Letras (28º), Pedagogia (29º) e Serviço Social (21º). A nota geral da Ufes no ranking foi de 83,58, em uma escala de zero a cem.
"Esses resultados mais uma vez vem confirmar a potencialidade da Ufes na formação de qualidade ofertada aos nossos estudantes e egressos. É necessário registrar que a Ufes oferece formação em 107 cursos de graduação e 66 cursos de pós-graduação, além de ações de extensão e de inovação, o que demanda investimentos significativos na estrutura para a manutenção desse contingente, por exemplo", afirma a secretária de Avaliação Institucional da Ufes, Leila Massaroni.
Outras instituições
Das 30 primeiras instituições de ensino classificadas no ranking RUF 2025, 28 são públicas. O primeiro lugar ficou com a Universidade de São Paulo (USP), seguida pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Criado pelo jornal Folha de São Paulo, o Ranking Universitário Folha é uma avaliação nacional de todas as universidades ativas do país, que usa dados nacionais e internacionais e duas pesquisas de opinião do Datafolha com empregadores e com professores considerando cinco aspectos (pesquisa, ensino, mercado, internacionalização e inovação). No ano de 2025, o RUF incluiu dois novos indicadores: impacto de citações ponderado (substituindo o indicador de citação por publicação) e o percentual de docentes estrangeiros (substituindo as citações internacionais por docentes).
Categorias relacionadas Ensino InstitucionalRUs da Ufes incluem saúde masculina no cardápio de novembro. Campanha Novembro Azul será lançada nesta sexta, 14
Os Restaurantes Universitários (RUs) da Ufes entram no clima da campanha Novembro Azul com uma proposta diferente: além de boas refeições, servir também cultura, acolhimento e informação sobre saúde masculina e desconstrução de preconceitos. A campanha Novembro Azul: Respeito e Autocuidado será lançada oficialmente nesta sexta-feira, dia 14, em uma ação simultânea nos RUs de Goiabeiras, Maruípe, Alegre, São Mateus e Jerônimo Monteiro, com apresentações culturais, decoração temática e mostras de vídeos protagonizados por homens da comunidade acadêmica e da sociedade capixaba.
A iniciativa é promovida pelo programa de extensão Fordan: Cultura no Enfrentamento às Violências, pela Diretoria de Gestão de Restaurantes da Pró-Reitoria de Políticas de Assistência Estudantil (DGR/Propaes), e pela empresa Soluções S.A., que atualmente administra os restaurantes da Universidade. A ação conta com o apoio da Secretaria de Cultura (Secult/Ufes) e de diversos parceiros institucionais.
Durante os horários de almoço (das 11h às 13h30) e jantar (das 17h às 19h30) desta sexta-feira (o Dia D da campanha), os frequentadores dos restaurantes poderão assistir a performances musicais de artistas como Arthur Zimerer, em Goiabeiras; Max Acústico, em São Mateus; Marcus Paulo, em Maruípe; Danyel Sueth, em Alegre; e Leonnes Gomes, em Jerônimo Monteiro. Os restaurantes estarão decorados com balões azuis e as equipes usarão a cor símbolo da campanha, reforçando o clima de engajamento e conscientização.
Vídeos
Além da programação cultural do Dia D, o público poderá acompanhar, ao longo do mês, uma série de vídeos curtos e legendados sobre saúde física, mental e emocional, masculinidade e respeito. As produções serão exibidas nas televisões dos refeitórios e nas redes sociais, com conteúdos protagonizados por homens de diferentes gerações e perfis, promovendo representatividade e diálogo direto com o público masculino.
Entre os que vão vão compartilhar reflexões sobre autocuidado e responsabilidade coletiva estão o diretor de Gestão de Restaurantes, Iury Pessoa; o pró-reitor de Políticas de Assistência Estudantil, Antônio Carlos Moraes; o servidor do RU do campus de Alegre Rosemberg Celestino; o coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Pedro Lucas Fontoura; o estagiário de Nutrição do RU de Alegre Davi Ribeiro; o superintendente da Fundação Espirito-santense de Tecnologia (Fest), Armando Biondo Filho; o coordenador-geral do Centro de Referência em Assistência Social (Cras/Vitória), Hieverson Caser; o estudante de Jornalismo da Ufes Pedro Altafim; o professor de dança do Fordan Ruan Martins; o enfermeiro João Pedro Silva; o coordenador do Núcleo Psicossocial do Fordan, Sócrates Silva; o teólogo e líder comunitário Usiel Souza; o psicanalista Aloisio Silva; e o fisioterapeuta do Fordan, Brener Araújo.
Diálogo e transformação
Os cinco RUs da Ufes recebem, mensalmente, cerca de 5,8 mil pessoas (em sua maioria estudantes de graduação e bolsistas) e servem, aproximadamente, 2,8 mil refeições por dia. Para o diretor Iury Pessoa, esses números reforçam o papel dos restaurantes universitários como espaços estratégicos de diálogo com a comunidade: “Quando integramos cultura e saúde ao momento da refeição, otimizamos nossa capacidade de diálogo com a comunidade universitária e até mesmo com a sociedade, já que os RUs recebem também 400 visitantes todos os dias. Isso inspira um modelo de gestão em que a segurança alimentar não anda isolada, mas serve de alavanca para promover qualidade de vida, combater a masculinidade tóxica, e promover pertencimento, permanência qualificada e sucesso acadêmico, tudo no mesmo ambiente”.
Ele destaca ainda que, por serem locais de convivência e pertencimento, os restaurantes universitários se tornam também espaços de transformação. Para o diretor, ao sediar ações como o Novembro Azul, os RUs reforçam o compromisso da Ufes com o cuidado integral de estudantes. “A transformação acontece quando a pessoa percebe que o RU não serve apenas para nutrir o corpo, mas também é um lugar seguro para desconstruir preconceitos, falar sobre autocuidado e entender que saúde mental e física são pilares da permanência estudantil, nossa missão enquanto restaurantes universitários. É a cidadania sendo exercida no intervalo das refeições”, completa Pessoa.
Idealizadora da ação, a coordenadora do Fordan, Rosely Pires, lembra que o programa de extensão tem uma trajetória de 20 anos de atuação no acolhimento de mulheres vítimas de violência, mas agora amplia o olhar para o público masculino. Segundo ela, envolver os homens nesse diálogo é um passo fundamental para promover uma educação antipatriarcal e antirracista.
“O patriarcado adoece tanto o homem quanto o leva a assassinar a mulher e a cometer suicídio, algo que é muito mais comum entre eles. E nós sabemos que quem mais sofre com limitações em saúde física e mental são pessoas negras da periferia. Então, ações como essa têm o compromisso de pensar o homem como protagonista também da desconstrução desse patriarcado. O autocuidado está diretamente ligado à questão do olhar para si, à desconstrução de tudo o que prejudica a busca por ajuda emocional”, conclui a coordenadora.
Categorias relacionadas Institucional SaúdeReitor Eustáquio de Castro recebe proposta de resolução de cotas para pessoas trans nos cursos de graduação
O reitor da Ufes, Eustáquio de Castro, recebeu na manhã desta quinta-feira, 13, a proposta de resolução de cotas para pessoas trans. O documento foi entregue por integrantes do Grupo de Trabalho instituído pela Reitoria em maio. A partir de agora, a minuta tramitará pela Diretoria de Governança, Controles Internos e Integridade (DGCI), pela Câmara de Graduação e, em seguida, será encaminhada ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). A expectativa é que, se aprovada, as cotas passem a vigorar em 2027. Veja aqui o documento.
Participaram da reunião o diretor de Relações Interinstitucionais, Gustavo Cardoso; a chefe de gabinete, Ana Paula Bittencourt; a pró-reitora de Graduação, Regina Godinho; a assessora de Relações Políticas com a Comunidade Acadêmica, Patrícia Rufino; o professor do Departamento de Teorias e Práticas Educacionais Alexsandro Rodrigues; a diretora de Comunicação do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Agnes Campos; a estudante de Pedagogia Jade da Vitoria, representante da cadeira Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) do DCE; os representantes da DGCI Rogério Petri e Gabriel Cavatti; e as representantes da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidade (Saad) Luar de Paula e Viviana Corrêa, que é presidente do GT.
De acordo com o reitor, a DGCI cuidará da conformidade do processo, adequando-o à legalidade e à integralidade, extinguindo a possibilidade de vulnerabilidades jurídicas. Já a Câmara de Graduação avaliará os possíveis impactos que a adoção da ação afirmativa pode provocar nos cursos.
“Fazendo isso, garantimos que o processo chegue ao Cepe bem definido, o que facilita a sua tramitação. Dependendo de como for encaminhado, terá que passar ainda pelo Conselho Universitário, mas o que demanda mais cautela é a sua implementação – a aprovação avaliamos como um ponto muito tranquilo”, afirma.
Seleção
Eustáquio de Castro afirma que a atenção, neste momento, é sobre o processo de seleção e as comissões que farão as avaliações. “Esses pontos têm sido muito questionados, hoje, no Brasil. Do ponto de vista da justiça social, as cotas para pessoas trans já são uma questão pacífica não só na Ufes, mas nas universidades brasileiras”, completa.
A expectativa do GT, afirma Viviana Corrêa, é que o processo trâmite por todas as vias necessárias da maneira mais célere possível. “Para que a gente consiga garantir que as cotas trans sejam implementadas ao menos em 2027/1, entendendo que, neste momento, em vias de finalizar o Termo de Adesão do Sisu para 2026, seja impossível incluí-las”, observa.
Para a elaboração da minuta foram necessários 12 encontros, totalizando seis meses. Os integrantes do GT, representantes de diferentes segmentos da Universidade, dialogaram com quatro universidades que adotaram as cotas e com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que lançou, em 2024, um manual técnico sobre ações afirmativas para pessoas trans. Além disso, foi feita uma tabulação de todas as resoluções que já tinham sido publicadas pelas universidades que já implementaram a política.
Proposta
A proposta de resolução dispõe sobre a implementação de uma política de reserva de vagas específicas para pessoas trans, entendidas, para fins desta política, como travestis, mulheres trans, homens trans, pessoas transmasculinas e pessoas não binárias. O documento sugere a reserva de 2% das vagas de cada curso de graduação da Universidade para essa parcela da população, atingindo a oferta mínima de uma vaga por curso.
A ideia é que as vagas sejam ofertadas por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) ou, nos casos dos cursos de graduação na modalidade de ensino a distância (EaD) e demais cursos que não adotam este sistema como forma de ingresso, mediante processos seletivos específicos definidos em seus respectivos editais.
Categorias relacionadas InstitucionalObservatório da Ufes analisa resultados dos 30 anos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)
Estabilidade em número de contratos; equilíbrio entre capilaridade e intensidade (regiões com forte base institucional e agroindustrial concentraram recursos, enquanto outras ampliaram o número de contratos com tíquetes menores); cadeias com cooperativismo estruturado, assistência técnica atuante, compradores regulares e uma modernização seletiva que combina “menos contratos com mais valor”, o que sugere uma transição tecnológica em curso, puxada por investimentos de ciclo longo (renovação de lavouras, irrigação, pós-colheita): esses foram os principais resultados da pesquisa Pronaf e Agricultura Familiar no Brasil: uma análise dos avanços e limitações 2014-2024 realizada pelo Observatório da Agricultura Familiar da Ufes em comemoração aos 30 anos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
A pesquisa, coordenada pelo professor do Departamento de Ciências Sociais André Michelato e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), reuniu evidências, tendências e recomendações sobre o programa, que estruturou o crédito para milhões de famílias agricultoras no país. Os dados estão publicados no e-book Pronaf e Agricultura Familiar no Brasil – Caderno Observa Vol. 5, disponível para download.
O ponto de partida foi a compreensão de quem acessa, quando acessa e onde é realizado o acesso do Pronaf no Brasil e a comparação dos dados dos últimos dez anos. “Partimos da comparação de 2014 (início da série analisada) com 2024 (marco dos 30 anos do Pronaf), olhando Brasil, regiões e cadeias produtivas (mel, arroz, café, feijão, frango, leite, suínos, trigo, soja, milho, piscicultura)”, explica Michelato.
As metodologias utilizadas foram a formação de uma base empírica utilizando séries oficiais do Banco Central do Brasil para o crédito Pronaf, em ano civil (de janeiro a dezembro), somado ao uso de indicadores comparáveis; cortes analíticos; checagens; assimetria de informação entre bancos, regiões e produtos; quebras de série ou reenquadramentos que exigem documentação cautelosa; e comparabilidade regional, que afeta a difusão do crédito e a comunicação de resultados técnicos em linguagem pública, sem perder precisão.
“A fotografia 2014-2024 mostra um Pronaf mais intenso, com mais investimentos por contratos, ainda ancorado onde há mercado, logística e organização social bem estabelecidos e, portanto, com espaço para políticas que mitiguem assimetrias territoriais e setoriais ao conectar crédito, assistência técnica e demanda organizada”, afirma.
Surpresas
Michelato conta que dois pontos chamaram a atenção dos pesquisadores: o descolamento entre quantidade e dinheiro, pois, mesmo com o número de contratos praticamente estável, o valor total contratado mais que dobrou; e a virada do mapa regional, em que o Nordeste aparece com muitos contratos, enquanto o Sul e parte do Sudeste puxam a maior fatia do dinheiro e a forma como o crédito segue os mercados, já que nas cadeias em que há compradores regulares e agroindústria, o Pronaf apareceu com valores médios mais altos. Em cadeias menos estruturadas, o programa ficou residual, mesmo em territórios com muita agricultura familiar.
Contribuição
De acordo com o professor, os resultados oferecem subsídios práticos para técnicos, tomadores de decisão e gestores, tanto do mercado quanto de governos, além de sindicatos e movimentos sociais, ao explicitar onde e como o Pronaf operou de 2014 a 2024.
“No marco dos 30 anos do programa, o livro ajuda a compreender diferenças regionais, quantas famílias acessam e a quantidade de recurso por contrato, sustentando decisões de alocação de recursos, desenho de instrumentos regionalizados e a priorização por cadeias produtivas com maior potencial de impacto”, observa.
O volume ainda funciona como material educativo e de pesquisa, sendo útil para estudantes do ensino médio, da graduação e da pós-graduação, e servindo de apoio direto a pesquisadores e docentes.
Sobre o Pronaf
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é uma política pública criada pelo Governo Federal para apoiar pequenos produtores rurais em três frentes: crédito acessível, juros baixos e prazos adequados. Com os recursos, os produtores podem investir em compras de sementes, adubos e insumos; aquisição de máquinas, equipamentos e animais; implantação de sistemas de irrigação, entre outros.
Para ter direito ao Pronaf é preciso ter propriedade de até quatro módulos fiscais, utilizar predominantemente mão de obra da própria família, possuir renda familiar originada principalmente da atividade no campo, e residir no imóvel ou próximo a ele. O programa de crédito também pode ser utilizado por quilombolas e comunidades tradicionais rurais, povos indígenas, assentados da reforma agrária, jovens rurais (através do Pronaf Jovem); mulheres agricultoras (com linhas específicas de incentivo) e pescadores artesanais e extrativistas.
Categorias relacionadas PesquisaEstudantes de Engenharia Civil da Ufes conquistam 1º lugar nacional em concurso no Congresso Brasileiro do Concreto
Dezesseis estudantes do curso de Engenharia Civil da Ufes que participam do projeto de extensão ConcrES conquistaram o 1º lugar nacional no concurso Concreto: Quem sabe faz ao vivo, realizado durante o 66º Congresso Brasileiro do Concreto, que aconteceu em Curitiba (Paraná). O desafio era elaborar, na prática, um concreto autoadensável translúcido com o menor consumo de cimento possível, mas que atingisse a maior resistência em 24 horas. O objetivo era avaliar a habilidade dos competidores em dosar e moldar esse tipo de material, que deve atender a requisitos específicos de espalhamento e estabilidade.
A professora do Departamento de Engenharia Civil Rudiele Schankoski, coordenadora do curso, conta que desde 2019, quando o projeto de extensão foi criado, a Universidade vem fortalecendo sua participação e ampliando sua representatividade nas competições.
“Essa conquista é fruto de muito empenho, estudo e comprometimento de todos os integrantes do projeto. Esse resultado demonstra o quanto nossos alunos estão sendo bem preparados e capazes de competir em alto nível, colocando a Ufes em posição de destaque nacional. Também reflete a qualidade da formação oferecida pelo curso, unindo teoria, prática e inovação”, comemora.
Mão na massa
Esta é a sexta vez que a equipe participa mas, apesar de não ser estreante, a preparação, em horário extra-classe foi minuciosa, com duração de um ano. A rotina envolveu estudos teóricos, orientações, testes e ensaios em laboratório.
O primeiro passo foi a leitura atenta do edital, já que qualquer descumprimento poderia colocar tudo a perder. “Entendemos todos os requisitos que precisávamos cumprir, como o volume mínimo, a classe de espalhamento, o Índice de Estabilidade Visual (IEV), a moldagem dos corpos de prova, a translucidez da placa e as penalizações de tempo”, explica o estudante Abner Pimentel.
Imagem Uma das etapas da provaFeito isso, foi hora da fase prática, que consistiu em ajustar o traço, controlar o slump (consistência do concreto fresco), calibrar o teor de argamassa e buscar a estabilidade do concreto. “Testávamos pelo menos uma vez por semana, sempre analisando onde errávamos e ajustando para que na rodagem seguinte o desempenho fosse melhor. Foi um processo contínuo de tentativa, correção e melhoria”, completa.
Obstáculos
Os estudantes contam que, durante a prova, as dificuldades começaram antes mesmo de entrarem na baia, pois, como estavam competindo em outro estado, já sabiam que os materiais seriam diferentes dos usados no laboratório. A maior diferença foi a granulometria da areia, que em Curitiba é mais fina do que a utilizada no Espírito Santo. “Esse detalhe impacta diretamente no comportamento do concreto, porque uma areia mais fina aumenta a área superficial e exige mais pasta, mais água e mais controle para manter a fluidez sem perder coesão”, esclarece Pimentel.
Outro obstáculo enfrentado foi a umidade da areia. Enquanto no laboratório o trabalho é feito com o material praticamente seco, com um teor próximo de 0%, no concurso, a areia natural disponibilizada tinha 6% de umidade. Diante disso, os planos para a execução da prova foram recalculados na hora, desde o teor de argamassa até o ajuste da relação água/cimento e da dosagem de aditivo.
As competições promovidas pelo Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon) fazem parte do maior congresso da América Latina voltado à tecnologia do concreto. Esta edição reuniu 28 equipes de diferentes instituições, que concorreram nas categorias Quem Sabe Faz ao Vivo; Cocar; e Ousadia.
Imagens: Projeto ConcrES
Categorias relacionadas ExtensãoDocumentário que debate conceito de família estreia no Cine Metrópolis nesta quinta-feira, 13. Confira a programação
Documentário que coloca em discussão o conceito de família, Lar é a estreia desta quinta-feira, 13, do Cine Metrópolis. Dirigido por Leandro Wenceslau, o filme acompanha o dia a dia de três famílias LGBTQIAPN+ a partir do ponto de vista de seus filhos. Além da estreia, o cinema exibe o candidato à indicação ao Oscar 2026 O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, e Enterre Seus Mortos, terror de Marco Dutra.
Diretor de Bolha e Enquanto Ainda é Tempo, Wenceslau retrata histórias de famílias com diferentes conflitos: jovens adotados na adolescência, abandonos, e conflitos entre mães e filhas em seu novo documentário. Partindo de seu próprio desejo de adotar uma criança com seu marido, o diretor conhece um casal de professoras que compartilha suas experiências a respeito de um novo modelo familiar, diverso do molde heteronormativo da “família tradicional”. A partir desse encontro, ele vai em busca de outras narrativas que o ajudem a formar um novo olhar sobre os arranjos familiares.
Além da estreia de Lar, o Cine Metrópolis segue exibindo outros dois filmes nacionais. Protagonizado por Wagner Moura, O Agente Secreto é ambientado no Brasil de 1977 e conta a história de um professor universitário que foge para Recife para escapar da ditadura. Na cidade onde acredita que está seguro, ele começa a ser espionado por vizinhos. Para piorar, o professor também descobre que um antigo desafeto o jurou de morte.
Já Enterre Seus Mortos traz Selton Mello como o taciturno Edgar Wilson, que trabalha nas margens de rodovias perigosas removendo animais mortos da pista, junto com seu colega de trabalho Tomás (Danilo Grangheia), um ex-padre excomungado. Vivendo na cidade fictícia Abalurdes, Wilson tem um relacionamento incipiente com Nete (Marjorie Estiano), sua chefe. A rotina segue como sempre, até que, um dia, Wilson é forçado a violar as regras do seu trabalho, e o caos passa a imperar em sua vida e na cidade, trazendo sinais do apocalipse.
Confira as sinopses dos filmes em cartaz no Cine Metrópolis de 13 a 19 de novembro:
Lar, de Leandro Wenceslau (Brasil, 2025)
Em um mundo no qual o conceito de família está em constante transformação, o documentário revela o cotidiano de três famílias LGBTIAPN+ através do olhar sensível de seus filhos. Enquanto estes jovens navegam entre desafios e alegrias, o diretor entrelaça sua própria história de busca por identidade e pertencimento. Mais que um documentário sobre novos arranjos familiares, é uma reflexão íntima sobre como o verdadeiro lar se constrói no cuidado e no afeto, transcendendo convenções e redefinindo o significado de família na sociedade contemporânea.
O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho (Brasil/França/Holanda/Alemanha, 2025)
Marcelo, um especialista em tecnologia acusado de atividades subversivas, se muda de São Paulo para Recife em 1977 na tentativa de escapar dos agentes do governo. Ele chega à capital pernambucana e em pouco tempo começa a desconfiar que está sendo espionado por seus vizinhos.
Enterre Seus Mortos, de Marco Dutra (Brasil, 2025)
Na pequena cidade de Abalurdes, Edgar Wilson trabalha como recolhedor de animais mortos nas estradas para mantê-las funcionando. Junto dele está Tomás, ex-padre excomungado que distribui extrema unção aos seres moribundos que cruzam seu caminho, e sua chefe Nete – com quem Edgar tem um relacionamento incipiente, além do desejo de fugir de Abalurdes. Ao redor deles, o mundo parece dar sinais de que um arrebatamento final se aproxima.
Veja os horários das sessões na página do Cine Metrópolis.
Categorias relacionadas CulturaSeminário resgata história da Assembleia Legislativa entre os anos de 1945 e 1964. Evento faz parte de projeto coordenado pela Ufes
A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) realiza nesta quarta-feira, 12, a partir das 18 horas, o 2º Seminário da História dos 190 anos da Ales. A atividade integra as comemorações pelos 190 anos do Órgão e faz parte do projeto de extensão realizado pela Ufes sobre a trajetória histórica da Ales, abordando os modelos de legislativo adotados no Espírito Santo neste período.
O evento acontecerá no Plenário Rui Barbosa, em Vitória, e vai propor uma reflexão sobre o funcionamento do Legislativo capixaba ao longo do século 20, com destaque para o período da Ditadura Militar. A programação, gratuita e aberta ao público, contará com a participação de professores e pesquisadores que abordam diferentes momentos da história política capixaba.
O mestre em História pela Ufes Lucian Cardoso e a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIS/Ufes) Hannah Araújo abrirão as apresentações abordando o tema A Assembleia Legislativa do Espírito Santo entre 1945 e 1964.
Em seguida, o professor do Departamento de História da Universidade Ueber Oliveira falará sobre A Assembleia Legislativa do Espírito Santo no contexto do Regime Civil-Militar de 1964. Na sequência, o professor emérito da Ufes João Gualberto Vasconcellos e o professor Vinicius Borges apresentarão o tema O Cupim e o Diabo: as dinâmicas dos Oposicionistas no Espírito Santo durante a Era dos Militares. A mediação será conduzida pela professora do Departamento de História da Ufes Adriana Campos.
Sobre o projeto
O projeto de extensão 190 anos da Assembleia Legislativa começou a ser desenvolvido em agosto de 2024, quando foi assinado um protocolo de intenções entre a Ufes e a Casa de Leis durante sessão solene realizada no plenário Dirceu Cardoso. Desde então, o trabalho de levantamento de dados históricos da Ales vem passando por etapas como a organização do acervo, sua digitalização e a criação de um inventário que ficará disponível ao público para consulta. As atividades são coordenadas pela professora Adriana Campos, com a colaboração dos pesquisadores João Gualberto Vasconcellos e Kátia Motta.
Saiba mais sobre o projeto nesta matéria produzida pela TV Ufes.
Ciclo
O 1º Seminário, realizado no dia 8 de outubro, abordou as relações da Ales com a sociedade capixaba, desde o Império até a República, e trouxe à tona temas como epidemia de cólera (de 1855-1856 no estado e no país); a estrada de ferro ligando Vitória a Cachoeiro; e o movimento republicano ocorrido durante a Monarquia sob a ótica do Colégio Atheneu Provincial.
O ciclo será encerrado em 10 de dezembro com o 3º Seminário da História dos 190 anos da Ales, que abordará biografias de figuras históricas da Assembleia Legislativa. As doutoras em História Adriana Campos e Kátia Motta falarão sobre Clímaco Barbosa, enquanto João Gualberto resgatará José Coelho dos Santos.
Categorias relacionadas ExtensãoAbertas as inscrições para o Prêmio Andifes de Jornalismo 2025
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) abriu inscrições para o Prêmio Andifes de Jornalismo 2025. Podem concorrer trabalhos veiculados em jornais, revistas, sites jornalísticos ou emissoras de TV brasileiras (desde que não sejam produzidos por Instituições Federais de Ensino Superior) que contemplem o tema Educação e o papel das universidades públicas no Brasil.
As inscrições devem ser realizadas até o dia 29 de novembro, por meio de formulário on-line, e cada participante poderá inscrever até três trabalhos sobre o tema, desde que tenham sido publicados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2024.
O prêmio reconhece a melhor reportagem ou série de reportagens em duas categorias: Educação Básica e Ensino Superior. Os vencedores receberão duas passagens aéreas.
O Prêmio Andifes de Jornalismo completa 26 anos. De abrangência nacional e concedido anualmente, seu objetivo é valorizar os profissionais e estimular a produção de conteúdo sobre educação, ressaltando sua importância para o futuro do país.
O regulamento, que contém todas as informações a respeito do prêmio, está disponível no site da Andifes.
Categorias relacionadas InstitucionalPesquisa aponta que mudanças climáticas podem provocar perda e extinção de mamíferos de montanha
As mudanças climáticas previstas para os próximos anos devem diminuir as zonas frias e úmidas das regiões de montanha no Brasil, ameaçando espécies de mamíferos que dependem das condições desses habitats para sobreviver. Isso é o que mostra o artigo O papel das mudanças climáticas no passado, presente e futuro de duas espécies de ratos neotropicais de montanha do gênero Juliomys, publicado na revista internacional Mammalian Biology. Conduzida pela bióloga Gabriela Mendonça, sob orientação dos professores do Departamento de Ciências Biológicas Ana Carolina Loss e Yuri Leite, a pesquisa foi realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas/Biologia Animal (PPGBAN) da Ufes.
Por meio de simulações a partir de dados sobre as mudanças climáticas desde o Último Glacial Máximo (há cerca de 21 mil anos) e usando projeções até o ano de 2070, os pesquisadores analisaram os impactos das mudanças climáticas para duas espécies de camundongos que habitam a Mata Atlântica no leste do Brasil: Juliomys ossitenuis – roedor endêmico no Brasil, encontrado nos estados das regiões Sudeste e Sul – e Juliomys pictipes – popularmente conhecido como rato-do-mato (foto acima), com maior ocorrência do sul do Espírito Santo até o norte do Rio Grande do Sul.
Os resultados mostram que a espécie J. pictipes, encontrada desde o nível do mar até 2 mil metros de altitude, consegue tolerar melhor as mudanças no clima, perdendo menos áreas climaticamente adequadas ao seu modo de vida. Já a espécie J. ossitenuis, que vive apenas em áreas acima de 800 metros de altitude, está mais vulnerável a riscos com o avanço do aquecimento global.
“Isso mostra que, apesar de compartilharem características parecidas, cada espécie responde de forma diferente às mudanças no clima por conta da faixa de altitude em que vivem e, consequentemente, das variações de temperatura e precipitação que toleram. Entender essas diferenças é essencial para pensar estratégias de proteção e conservação desses mamíferos únicos das montanhas brasileiras”, afirma o professor Leite.
Conheça essa e outras pesquisas desenvolvidas pela Ufes no site Revista Universidade.
Espécies ameaçadas
Ampliando o foco da pesquisa no seu doutorado, novamente sob orientação dos professores Leite e Loss, Gabriela Mendonça buscou caracterizar as montanhas do Brasil em relação à variedade de mamíferos que ali vivem, o quanto essas áreas estão protegidas e os fatores naturais que influenciam a diversidade das espécies do grupo. O resultado está na tese Diversidade e vulnerabilidade de mamíferos de montanha frente às mudanças climáticas, que revela a ocorrência de 116 espécies de mamíferos terrestres nas montanhas brasileiras, sendo que 11 são exclusivas dessas regiões e oito são consideradas típicas de regiões montanhosas.
“Um dado preocupante é que cerca de um terço dessas espécies está incluída em alguma categoria de ameaça, e mais da metade das espécies exclusivas das montanhas estão em risco de extinção ou nem sequer há informações suficientes para que esse risco seja avaliado. Áreas mais bem estudadas, como a Mata Atlântica, apresentam maior riqueza de espécies. Em contraste, regiões de montanha do Cerrado e da Amazônia ainda possuem poucos dados disponíveis, dificultando um retrato completo da fauna de montanha”, afirmou o orientador da pesquisa.
Para fazer o mapeamento, Mendonça utilizou um banco de dados global que reúne informações sobre montanhas de todo o mundo. Fatores como altitude, variação do relevo, volume de chuvas e temperatura foram apontados como aqueles que influenciam diretamente a presença e a diversidade de mamíferos nessas regiões. Já as atividades humanas, como agricultura, e mudanças intensas no clima ao longo do ano tiveram efeitos negativos sobre a diversidade de mamíferos dessas áreas.
Embora a cobertura florestal ainda predomine nas montanhas brasileiras, apenas cerca de 9% das regiões de montanha mais ricas em biodiversidade estão protegidas por unidades de conservação ambiental. Além disso, só 30% dessas áreas coincidem com regiões consideradas prioritárias para a conservação.
Dentre as 116 espécies estudadas, 84 devem perder parte das áreas com condições climáticas adequadas para sobreviver, levando a um declínio progressivo na riqueza de espécies nas montanhas. As projeções para 2050 e 2070, que consideram diferentes cenários de aquecimento global e políticas de mitigação, indicam uma redução significativa dessas áreas, especialmente nos cenários mais extremos, afetando principalmente as espécies com áreas climáticas mais restritas.
Urgência
Os dados indicam que, até 2070, a redução dessas áreas climaticamente adequadas pode chegar a 36% em cenários de maior impacto climático. “Enquanto algumas espécies podem encontrar novos locais adequados ou manter sua área de distribuição, a maioria está caminhando para uma retração. As perdas mais acentuadas devem acontecer na Mata Atlântica, bioma que abriga grande diversidade e riqueza de mamíferos de montanha, enquanto os pequenos ganhos aparecem em áreas periféricas das montanhas ”, diz Leite.
Ele destaca que “essas informações reforçam que as montanhas mais ricas em biodiversidade também são as mais vulneráveis às mudanças climáticas”. Por isso, complementa, “é urgente investir em estratégias de conservação, com foco especial nessas regiões, levando em conta a vulnerabilidade diferente entre as espécies, os efeitos combinados das pressões climáticas e humanas e a necessidade de ampliar a proteção efetiva desses ecossistemas sensíveis”.
Sobre as montanhas
Segundo os pesquisadores do PPGBAN, montanhas são áreas naturais marcadas por grande diversidade e complexidade, formadas ao longo do tempo por movimento de placas tectônicas, atividades vulcânicas e processos de erosão. Elas mudam rapidamente e abrigam diferentes formas de vida, clima e tipos de solo, o que as tornam ecossistemas únicos, valorizados ambiental, econômica e socialmente.
Grande parte da água potável do mundo e outros recursos naturais vêm das montanhas, sustentando entre 500 e 900 milhões de pessoas. Esse ecossistema abriga cerca de um terço de todas as espécies terrestres e metade dos principais hotspots de biodiversidade (áreas de alta biodiversidade sob ameaça) do planeta, pois reúnem condições que favorecem espécies exclusivas e altamente especializadas.
No Brasil, as montanhas atravessam vários biomas e abrigam espécies únicas de mamíferos, muitas delas sensíveis às mudanças no clima. Porém, as mudanças climáticas e a ação humana, como desmatamento e alterações no uso da terra, já estão transformando rapidamente as montanhas e seus ecossistemas.
“Compreender como o clima pode mudar a vida nas montanhas é fundamental para proteger essas áreas e suas espécies”, afirma Leite.
Foto: Yuri Leite
Categorias relacionadas Meio ambiente Pesquisa