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Glossário inédito sobre joalheria ganha versão impressa com colaboração da Ufes
Após o lançamento da versão digital, em 2023, a obra Glossário Joalheiro: Joias, Folheados e Bijuterias chega à sua segunda edição, agora impressa, atualizada e com mais de 650 verbetes sobre os principais termos utilizados no universo das peças, incluindo conceitos sobre processos, técnicas, desenho, materiais, insumos e tipologias. O livro, que tem entre os autores o professor do Departamento de Gemologia (DG/Ufes) Marcos Spinassé, será lançado durante a 81ª edição da Feira Nacional da Indústria de Joias (Feninjer), que acontece em São Paulo até esta quinta-feira, 7.
Única publicação do gênero no Brasil, a obra foi desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa e Estudos em Design de Joias e Joalheria da Associação dos Joalheiros do Estado de São Paulo (NPE/AJESP) e traz Spinassé como único representante do Espírito Santo dentre os autores. A obra apresenta definições objetivas, claras e tecnicamente precisas, com o objetivo de padronizar a linguagem usada no setor.
Segundo o professor, o lançamento da segunda edição do livro consolida o esforço de padronização dos profissionais da área, reforçando a importância da linguagem técnica para o desenvolvimento e a inovação da joalheria. “O Glossário Joalheiro se revela uma ferramenta essencial, pois unifica termos e definições, e facilita a comunicação entre os diversos ambientes do setor, desde o ensino e a pesquisa até toda a cadeia produtiva”, avalia ele, que acredita que o livro contribuirá para a evolução e a valorização do ramo joalheiro no Brasil e no exterior.
O material é voltado a profissionais que atuam em todas as etapas da cadeia produtiva (da fabricação artesanal e industrial à comercialização), sendo também direcionado a estudantes, consumidores e pessoas que buscam mais qualificação no momento de compra das peças. “A produção de joias é uma prática ancestral na história humana, tradicionalmente transmitida de forma oral, do mestre ao aprendiz. No entanto, com os avanços tecnológicos e a crescente complexidade do setor, surge a necessidade de uma abordagem mais abrangente, que inclua não apenas a confecção manual, mas também o projeto e a produção industrial”, ressalta Spinassé.
Alguns exemplares do livro Glossário Joalheiro: Joias, Folheados e Bijuterias serão doados à Biblioteca Central (BC/Ufes) e, em breve, estarão à disposição dos membros da comunidade acadêmica interessados no assunto. A obra também já pode ser adquirida neste link.
Curso
A Ufes é a única universidade do Brasil a oferecer o curso de graduação em Gemologia no nível de bacharelado. Criado em 2009, ele é vinculado ao Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) e apresenta uma formação multidisciplinar, com ênfase nas Ciências Sociais Aplicadas.
Dentre os conhecimentos adquiridos pelos estudantes, estão economia aplicada ao desenvolvimento do setor minerário; custos e finanças corporativas; direito; gestão estratégica; empreendedorismo; desenvolvimento tecnológico; comércio exterior; e inovação na cadeia produtiva de gemas e joias.
Unindo disciplinas de formação técnico-científica com outras de legislação e tributação, o curso visa formar profissionais qualificados, empreendedores e criativos, capazes de agregar valor econômico ao longo da cadeia produtiva.
Informações sobre a graduação em Gemologia da Ufes podem ser obtidas no site do curso.
Categorias relacionadas EnsinoUfes é destaque em primeira competição nacional de prevenção e solução de conflitos
Uma equipe formada por seis alunas de graduação em Direito e em Arquitetura da Ufes e uma estudante de Arquitetura da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) conquistou o primeiro lugar geral na I Competição de Dispute Boards, cuja proposta é promover o uso de comitês extrajudiciais de resolução de controvérsias (técnica chamada de dispute boards) em conflitos envolvendo contratos complexos e de longa duração, como obras públicas e concessões.
Esta foi a primeira competição do mundo voltada exclusivamente ao tema e contou com organização da FGV Câmara de Mediação e Arbitragem, instituição vinculada à Fundação Getúlio Vargas que atua na administração de métodos alternativos de solução de conflitos.
Entre os dias 23 e 25 de julho, estudantes de Direito, Engenharia e Arquitetura de diversas regiões do Brasil se reuniram na sede da FGV, no Rio de Janeiro, com o propósito de difundir o uso de Dispute Boards como método eficaz de resolução de disputas. A competição também teve como objetivos fomentar o debate acadêmico sobre o tema e contribuir para a formação de profissionais especializados e qualificados a fim de atuar tanto no Brasil quanto no exterior.
Os participantes foram avaliados em quatro categorias: Melhor Orador; Melhor Desempenho na Fase Escrita; Melhor Desempenho na Fase Oral; e Melhor Desempenho Geral. Além da premiação geral, a equipe Ufes/UFPB conquistou o terceiro lugar nas categorias Melhor Orador e Melhor Desempenho na Etapa Oral da competição.
Desafio
Representaram a Ufes as estudantes de Direito Josyellen Valério, Julia Berbert, Milena Vieira, Stela Madeira (oradoras) e Livya Damasio (treinadora da equipe), além da estudante de Arquitetura Zela Magalhães, que foi reconhecida como a terceira melhor oradora da competição. A aluna de Arquitetura da UFPB Beatriz Gomes completou o time.
Segundo Damasio, representar a Ufes em um evento desse porte, “um marco nas competições acadêmicas”, consolida o compromisso das e dos estudantes com a Universidade: “A competição faz um excelente papel em reforçar que o profissional de Direito, na prática, não atua sozinho. A atuação jurídica pode e deve estar acompanhada do rigor técnico”, avalia a treinadora da equipe, que está no sétimo período do curso.
Para ela, que liderou uma equipe composta exclusivamente por mulheres, é desafiador atuar em ambientes predominantemente masculinos: “É necessário antecipar como determinadas falas serão recebidas. Não podemos ser assertivas demais, tampouco firmes de menos. É uma linha tênue. De todo modo, percebemos que todas as mulheres presentes se sentiram representadas pela nossa vitória. Algumas profissionais vieram conversar conosco para registrar o quão simbólico foi o feito”.
As competidoras do curso de Direito integram o Núcleo de Estudos em Processo e Tratamento de Conflitos (Neapi/Ufes), projeto fundado em 2010, voltado à preparação para competições acadêmicas em temas como arbitragem, mediação e negociação, e tratamento de conflitos no âmbito do processo civil brasileiro. “As alunas de Arquitetura foram convidadas a se juntar à equipe com o propósito específico de participar da Competição de Dispute Boards, e a união entre Ufes e UFPB foi apenas uma das equipes representando mais de uma instituição”, explica o professor do Departamento de Direito e coordenador do Neapi, Rodrigo Mazzei.
Marco
De acordo com Mazzei, a preparação da equipe Ufes/UFPB foi realizada por meio de encontros para construção e revisão das peças escritas, com base em doutrina, legislação e jurisprudência pertinentes ao caso. “Todo o arcabouço teórico construído foi utilizado como base na elaboração de discursos para a fase oral. A preparação exigiu vários pontos de enfoque e dedicação para a preparação num todo”, ressalta.
Na avaliação do professor, a premiação da Ufes representa um marco no cenário das competições acadêmicas, reafirma o compromisso da Universidade em estar entre as melhores do país e atrai a atenção de profissionais conceituados da área para o cenário capixaba. “A Competição de Dispute Boards em si serve para fomentar o uso da ferramenta enquanto um método adequado de resolução de disputas. Os prêmios conquistados pelas estudantes da Ufes, portanto, demonstram o seu preparo e posição de destaque no cenário nacional no que há de mais moderno na temática de tratamento de conflitos no mundo”, conclui Mazzei.
Outras informações sobre o Neapi/Ufes podem ser obtidas no site do Núcleo.
Foto: Neapi/Ufes
Categorias relacionadas EnsinoEvento sobre estatística e ciência de dados começa na próxima segunda-feira, 4, no Teatro Universitário
O Teatro Universitário recebe, de 4 a 8 de agosto, a 69ª Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria (RBras) & 21º Simpósio de Estatística Aplicada à Experimentação Agronômica (Seagro). O evento tem organização da RBras em parceria com o Departamento de Estatística da Ufes.
O público-alvo são pesquisadores, professores e estudantes de graduação e de pós-graduação das áreas de Estatística, Ciência de Dados, Matemática e áreas aplicadas (como Agronomia e Biometria) e profissionais de áreas afins.
A edição deste ano tem como tema Estatística e Ciência de Dados a Serviço do Desenvolvimento Sustentável. Segundo os organizadores do evento, a escolha reforça o papel central dessas áreas na formulação de políticas públicas, no monitoramento de indicadores sociais e ambientais, e na construção de soluções baseadas em evidências.
A iniciativa contará com uma programação diversificada, incluindo conferências, miniconferências de jovens pesquisadores, sessões temáticas, comunicações orais, tutoriais, minicursos e apresentações de pôsteres.
“A diversidade e a internacionalização também são marcas fortes do evento: metade das conferencistas convidadas são mulheres e metade tem vínculos com instituições estrangeiras. A proposta é ampliar o diálogo científico e promover um espaço plural de troca de saberes”, destaca a professora do Departamento de Estatística da Ufes e coordenadora da Comissão Organizadora Local, Agatha Rodrigues.
A programação completa e informações sobre inscrição podem ser obtidas no site do evento e em seu perfil no Instagram.
Categorias relacionadas Ensino PesquisaUfes recebe Simpósio Nacional de Geografia da Saúde em dezembro. Inscrições estão abertas
Entre os dias 3 e 6 dezembro, o campus de Goiabeiras sediará, pela primeira vez, o Simpósio Nacional de Geografia da Saúde, que traz, nesta 12ª edição, o tema Mudanças Globais, Saúde e Geografia: por uma pedagogia da transformação. As inscrições seguem abertas até o início do evento e devem ser realizadas por meio deste link. Já a submissão de resumos expandidos acontece até o dia 31 de agosto. O seminário é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Ufes e pelo coletivo Geógrafas e Geógrafos pela Saúde.
Para submissão, os trabalhos deverão ser enquadrados em um eixo e subeixo temático. Ao todo, são quatro eixos e 12 subeixos, que abordam temas como: Ambiente e saúde: vulnerabilidades e riscos; Políticas públicas espaciais e saúde; Interseccionalidade e geografia da saúde; e Dimensões históricas, epistemológicas e do ensino de geografia da saúde.
As taxas variam de acordo com a categoria escolhida e a data de inscrição. Serão duas modalidades de inscrição - trabalhos completos e resumos expandidos -, que serão apresentadas em formatos de pôster ou comunicação oral.
“O evento pretende debater as questões de geografia, saúde e educação em torno das mudanças globais (climática, demográfica, padrões epidemiológicos e pandemias globalizadas). É a primeira vez que sediamos este evento, que tem caráter nacional e um fórum internacional dentro dele”, explica o professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia Rafael Catão.
Minicursos
As pessoas participantes poderão enviar propostas de minicursos e terão isenção de inscrição caso sua sugestão seja selecionada. As propostas devem ser encaminhadas para o e-mail simposiogeosaude@gmail.com, com o assunto “Minicurso Geosaúde”.
O evento também contará com uma mostra de pesquisas de iniciação científica em formato de fórum, em que estudantes poderão trocar experiências com pesquisadores da área. Haverá ainda painéis de debates, mostras e trabalhos de campo.
De acordo com a organização, a expectativa de público é de 300 pessoas. Haverá audiodescrição e intérpretes de Libras durante o simpósio, bem como outras formas de acessibilidade. As pessoas participantes com demandas específicas de acessibilidade devem entrar em contato com a organização por e-mail.
Categorias relacionadas Ensino PesquisaProcesso seletivo oferta 812 vagas em cursos presenciais da Ufes. Veja como se inscrever
A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) publicou nesta quinta-feira, 31, o edital do Processo Seletivo de Vagas Ociosas (PSVO 2025), antigo Processo Seletivo de Vagas Surgidas (PSVS). As inscrições podem ser feitas de 1º a 5 de agosto, neste link. Serão ofertadas 812 vagas, no total, todas para ampla concorrência. As oportunidades estão distribuídas em cursos presenciais nos campi de Alegre, Goiabeiras, Maruípe e São Mateus.
O edital traz mudanças em relação às modalidades de ingresso. Desta vez, as opções contempladas pela seleção são: Transferência Interna, Permanência para Dupla Diplomação, Transferência Externa e Portador de Diploma.
Podem se candidatar à modalidade Transferência Interna os estudantes regularmente vinculados à Ufes, com matrícula em disciplina ou trancamento, que queiram mudar de turno, de campus, de modalidade ou de curso. Também é necessário ter integralizado, no mínimo, 15% da carga horária total do curso de origem.
Da seleção para a modalidade Permanência para Dupla Diplomação poderão participar candidatos graduados na Ufes que, após colar grau em uma modalidade, Bacharelado ou Licenciatura, optarem por continuar vinculados à Universidade para completar os estudos na outra modalidade do mesmo curso. A colação deverá ter ocorrido no semestre imediatamente anterior ao do ingresso nas vagas disponíveis no PSVO.
Já a modalidade Transferência Externa contempla os candidatos regularmente vinculados a um curso de graduação em outra instituição de ensino superior, com matrícula em disciplina ou trancamento, que pretendem continuar os estudos em um curso de graduação na Ufes. Entre os requisitos, o candidato deverá ter integralizado entre 15% e 60% da carga horária total de seu curso de origem.
Os demais pré-requisitos, documentos requeridos para inscrição, critérios de classificação, cursos ofertados e número de vagas de cada graduação, dentre outras informações, podem ser obtidos no Edital, publicado na Página de Acompanhamento da Seleção.
Imagem: Freepik
Categorias relacionadas EnsinoReitoria se reúne com estudantes para adoção de melhorias na acessibilidade dos Restaurantes Universitários
Uma série de medidas para melhorar a acessibilidade serão adotadas ainda neste semestre nos Restaurantes Universitários (RUs) da Ufes. A Universidade pretende disponibilizar monitores de acessibilidade nos três turnos de funcionamento dos restaurantes e abafadores de ruído para usuários que os demandarem. Também estão previstas sinalizações adequadas para os acessos preferenciais e mesas acessíveis, além do fortalecimento de ações de sensibilização dos trabalhadores dos RUs, com foco no atendimento às diversidades que compõem a comunidade acadêmica.
As ações foram acordadas em uma reunião na última terça-feira, 29, na Reitoria, entre a vice-reitora da Ufes, Sonia Lopes; a secretária de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade, Cinthya de Oliveira; o diretor dos RUs, Iury Pessoa; o assistente social da Secretaria de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade (Siac) Cleidson Nazário; o estudante Vitor Parajara, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE); e a estudante Kael Lopes, do Coletivo Neurodivergente.
A reunião foi motivada pela necessidade de ampliar o debate sobre o tema nos espaços da Ufes. Na ocasião, foi apresentado um estudo do Coletivo Neurodivergente de 2023, realizado por meio de aplicação de um questionário aberto a toda a comunidade, que identificou demandas de acessibilidade nos RUs. Segundo a vice-reitora, a adoção das propostas dos estudantes reafirma o cuidado da Ufes com a escuta e a construção coletiva de soluções para a comunidade acadêmica, além de ratificar o compromisso com uma Universidade mais democrática.
“Nosso compromisso é com uma Universidade pública cada vez mais inclusiva, sensível às diversidades e atenta às necessidades de sua comunidade. O diálogo com os estudantes por meio do DCE e dos coletivos é parte de uma escuta ativa que fortalece a democracia universitária e nos ajuda a transformar a Ufes em um espaço onde todas as pessoas se sintam respeitadas, pertencentes e acolhidas”, afirma a vice-reitora.
Ampliação de políticas
Para a secretária de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade, a Ufes pode pautar discussões na sociedade, a partir de ações desenvolvidas dentro de seus campi. “A atuação da Siac é transversal e intersetorial: mobilizamos agentes dentro e fora da Ufes para garantir que a inclusão das pessoas com deficiência seja um compromisso assumido por todas e todos — e tratado como pauta prioritária por toda a sociedade”, diz.
Dentre as ações recentes da Siac, está a criação de um grupo de trabalho intersetorial, coordenado pelo assistente social Cleidson Nazário e composto por agentes internos e externos, cujo objetivo é fortalecer e ampliar as políticas de acessibilidade ao ensino superior para pessoas com deficiência.
Convivência
Embora as ações beneficiem diretamente os 627 estudantes com deficiência matriculados na Universidade, as melhorias são direcionadas a todas as pessoas, destaca Kael Lopes: “A acessibilidade permeia a realidade de todas as pessoas, pois locais com acessibilidade são melhores para a convivência”.
Para o estudante Vitor Parajara, que representou o DCE na reunião, a mobilização estudantil é fundamental para a luta anticapacitista. “Por meio da articulação dos coletivos, conseguimos pautar mudanças estruturais que eliminem as barreiras as quais ainda impedem ou dificultam o acesso e a permanência dos estudantes com deficiência na Universidade”, diz.
Categorias relacionadas InstitucionalPesquisa da Ufes analisa produção de espumas expansivas ecológicas
A produção de espumas expansivas ecológicas é o objeto de uma pesquisa com resultados promissores, realizada pela doutoranda Emilly Soares, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (PPGCFL) da Ufes, com sede no município de Jerônimo Monteiro, sob a orientação do professor Fabricio Gonçalves, do PPGCFL e do Departamento de Ciências Florestais e da Madeira (DCFM) da Ufes.
A espuma expansiva é um material que, ao entrar em contato com a umidade do ar, expande-se e endurece, formando uma espuma rígida. Em geral, é vendida em embalagens de spray. O produto é usado em diversas atividades, como para fixar e assentar batentes, janelas de alumínio, ferro e madeira, preencher juntas de dilatação, fendas e buracos, isolar tubulações e também no transporte de equipamentos. No caso da pesquisa da Ufes, que está em fase de testes, a espuma foi produzida a partir de óleo vegetal extraído de uma espécie florestal ainda pouco aproveitada na indústria.
Gonçalves conta que os estudos foram iniciados buscando a produção de adesivos naturais: “A ideia era produzir adesivos sustentáveis, uma vez que boa parte [do que há no mercado] é de origem química – hidrocarbonetos variados. O adesivo ainda não obteve uma resposta satisfatória, pois as ligações químicas existentes no óleo vegetal estudado não nos ajudaram muito; por isso buscamos a alternativa da espuma expansível”. Segundo o professor, “o desenvolvimento de uma espuma com possibilidades de ser menos agressiva ao ambiente e biodegradável vem fornecendo subsídios para aprimoramento da pesquisa”.
ImagemNo decorrer do projeto, a doutoranda teve a oportunidade de fazer parte dos estudos no Instituto Politécnico de Viseu, em Portugal, por meio do doutorado sanduíche. O professor Bruno Miguel Esteves e a professora Idalina Domingos se juntaram, então, à pesquisa. “Aprendi métodos químicos para modificar a química do óleo e adaptá-lo para diferentes aplicações. Com isso, geramos um poliol [um tipo de álcool com múltiplos grupos de hidroxila] um pouco mais reativo em relação ao óleo puro e usamos os reagentes comumente aplicados para geração das espumas”, afirma Soares.
O resultado de todo esse trabalho foi promissor, como ela mesma conta: “Conseguimos gerar a espuma, que ainda não atingiu a resistência necessária para uso comercial, principalmente devido à constituição da própria substância. Contudo, esse primeiro passo foi muito importante para aprimorar métodos de modificação do óleo para assim, quem sabe, gerar uma espuma com melhor resistência”. A doutoranda destaca, ainda, que a pesquisa “foi fundamental para a valorização da espécie florestal e para que o óleo, que apresenta bom rendimento, seja explorado para outras finalidades, até mesmo alimentícias”.
Por meio dos estudos, foram gerados insights sobre as características do óleo, que é apontado como substância de grande potencial pela pesquisadora: “Primeiro porque vem de uma espécie vegetal que se adapta facilmente a diferentes ambientes, mesmo sendo pouco reconhecida, e segundo porque [essa espécie] contribui muito na recuperação de áreas degradadas”. A espécie não será identificada porque há um processo de solicitação da patente do produto.
Segundo Soares, a espuma desenvolvida poderia ser aplicada nos casos em que não é exigida uma resistência de muita carga, “porque ainda não atingimos a resistência mecânica que precisamos alcançar”.
Fotos: Emilly Soares
Categorias relacionadas Meio ambiente PesquisaFilme capixaba premiado no Festival de Cinema de Vitória estreia no Cine Metrópolis nesta quinta-feira, 31
Premiado na edição mais recente do Festival de Cinema de Vitória, o filme capixaba O Deserto de Akin, dirigido por Bernard Lessa, estreia nesta quinta-feira, 31, no Cine Metrópolis, cercado de expectativa pelo desempenho em mostras nacionais. A nova programação do Metrópolis também terá a estreia de Um Lobo Entre os Cisnes, filme que acompanha a história de um garoto do subúrbio carioca no universo do balé clássico.
Em O Deserto de Akin, Bernard Lessa conta a história de um médico cubano que vem para o Brasil pelo programa Mais Médicos, em 2018. À medida que desenvolve seu trabalho em uma comunidade indígena, ele aprofunda laços com o país e com as pessoas do seu entorno. Com a eleição do novo governo, a cooperação entre os países é encerrada e os médicos são obrigados a retornar para Cuba, deixando Akin em uma encruzilhada: abandonar as relações que construiu no Brasil ou permanecer mesmo sem poder exercer sua profissão?
Vencedor do Troféu Vitória de Melhor Filme pelo Júri Popular e Melhor Fotografia (para Heloísa Machado), o longa também levou o prêmio de Melhor Ator (para Reynier Morales) no Festival do Rio e Melhor Roteiro (para Bernard Lessa) no Panorama Internacional Coisa de Cinema, na Bahia.
Segunda estreia da semana, o filme Um Lobo Entre os Cisnes, dirigido por Marcos Schechtman e Helena Varvak, é baseado na vida do bailarino Thiago Soares, referência do balé brasileiro. O longa mostra a trajetória do garoto criado no subúrbio do Rio de Janeiro, que troca as batalhas de hip-hop pelos palcos do balé clássico após ganhar uma bolsa de estudos numa escola renomada de dança da cidade. Quando conhece o bailarino Dino Carrera, Thiago embarca em um mundo novo e surpreendente.
Continuações
Seguem em cartaz os filmes estrangeiros Hot Milk, de Rebecca Lenkiewicz, e Cloud - Nuvem de Vingança, de Kiyoshi Kurosawa.
Confira as sinopses dos filmes em cartaz no Cine Metrópolis de 31 de julho a 6 de agosto:
O Deserto de Akin, de Bernard Lessa (Brasil, 2025)
Akin é um dos médicos cubanos trabalhando no Brasil em 2018. Com a eleição do novo governo, a cooperação entre o Brasil e Cuba chega ao fim e os médicos são convocados para retornar ao seu país de origem. Akin então se vê em uma encruzilhada: voltar para Cuba ou se estabelecer no Brasil?
ImagemUm Lobo Entre os Cisnes, de Marcos Schechtman e Helena Varvaki (Brasil, 2024)
Thiago Soares é um garoto do subúrbio carioca que deixa para trás o hip-hop e embarca no mundo do balé clássico. Sua história ganha rumos inesperados quando ele conhece o dançarino Dino Carrera, que vira seu mentor e aprimora o talento de Thiago até ele atingir o estrelato.
Cloud - Nuvem de Vingança, de Kiyoshi Kurosawa (Japão, 2024)
Buscando lucro rápido, um jovem revende on-line diversos produtos baratos por preços elevados, o que acaba gerando insatisfação entre seus clientes. Conforme o descontentamento cresce, alguns clientes decidem se vingar, levando-o a enfrentar uma série de eventos misteriosos e ameaçadores que colocam sua vida em risco.
Hot Milk, de Rebecca Lenkiewicz (Áustria/Grécia/Grã-Bretanha, 2025)
Rose e sua filha Sofia viajam para a cidade costeira de Almería para consultar um enigmático curandeiro. Sofia, até então presa pela misteriosa doença de Rose, começa a se libertar de suas inibições ao se encantar pelo magnetismo da viajante Ingrid, o que é insuportável para sua mãe controladora.
Veja os horários das sessões na página do Cine Metrópolis.
Categorias relacionadas CulturaEscola de Conselhos oferece curso gratuito para profissionais que atuam na proteção de crianças e adolescentes
Conselheiros tutelares, conselheiros de direitos e outros atores da rede de proteção à infância e à adolescência dos 78 municípios do estado já podem se inscrever no curso de formação Tecendo Infâncias, Protegendo Futuros: conhecendo e fortalecendo o Sistema de Garantia de Direitos (SGD), promovido pelo projeto de extensão Escola de Conselhos, coordenado pela Ufes.
O curso acontecerá nos formatos on-line e presencial entre agosto e dezembro, totalizando 100 horas de atividades teóricas e práticas. As inscrições podem ser feitas neste link e estarão abertas até a próxima segunda-feira, 4 de agosto, ou até o esgotamento das vagas.
O primeiro encontro será remoto, via YouTube, das 14 às 16 horas, no dia 14 de agosto. O link do canal será enviado posteriormente aos participantes inscritos, que, ao longo do curso, serão informados das datas e formatos das outras atividades.
Os módulos presenciais acontecerão nas quatro macrorregiões do estado (norte, central, metropolitana e sul), nas cidades de São Mateus, Linhares, Vitória e Cachoeiro de Itapemirim. Entre as temáticas a serem abordadas, estão os caminhos históricos da proteção a crianças e adolescentes (múltiplas infâncias, instrumentos e sistemas de informação); os conselhos municipais e a proteção a crianças e adolescentes (funcionamento, atribuições e fundo da infância e adolescência); rede de serviços (interfaces, notificações, avanços e desafios); e conselho tutelar (atribuições, funcionamento, interfaces e metodologias de atendimento).
Qualificação
Segundo a coordenadora institucional da Escola de Conselhos, Luizane Guedes, os módulos têm como objetivo apresentar os caminhos históricos, as políticas públicas, a rede de serviços e os desafios atuais da garantia de direitos, assim como funções e atribuições dos conselhos, e foram pensados para acolher tanto quem já atua na área quanto quem deseja se aproximar das políticas de proteção.
“O curso se mostra de extrema importância, pois buscamos consolidar a política de formação continuada do Sistema de Garantia de Direitos no âmbito do Estado do Espírito Santo e qualificar as ações dos conselheiros de direitos, conselheiros tutelares e demais atores da rede de proteção de crianças e adolescentes”, explica ela, que é professora do Departamento de Psicologia da Ufes.
Mais informações sobre o curso de formação ou sobre outras ações da Escola de Conselhos podem ser obtidas na página do Instagram do projeto.
Categorias relacionadas EnsinoProjeto de extensão da Ufes, Grupo Andora participa pela primeira vez de festival de folclore no Paraná
Trinta integrantes da Companhia de Dança Andora, projeto de extensão vinculado ao Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Ufes, estão no Paraná para participar da 18ª edição do Festival de Folclore de Quinta do Sol (Fefosol), principal evento cultural do município, que é oficialmente conhecido como a capital paranaense do folclore. O festival acontecerá até este sábado, 2, e marca a estreia do grupo capixaba na programação.
Durante o evento, a companhia se apresentará diariamente no palco principal e participará de atividades paralelas, como o Bailão da Terceira Idade e a Tarde Escolar, promovendo o intercâmbio artístico e cultural com o público local. As apresentações podem ser acompanhadas ao vivo pelo perfil oficial do grupo no Instagram.
O repertório preparado para o Fefosol reúne manifestações populares, como jongo, congo, reisado, capoeira e samba de roda, com destaque para expressões ligadas à cultura de terreiros. De acordo com o professor do CEFD Antônio Carlos Moraes, coordenador do Grupo, o festival reúne artistas que compartilham a proposta de utilizar a cultura popular como ferramenta educativa, promovendo pluralidade, diversidade, conhecimento histórico e pertencimento comunitário.
“O Fefosol é um evento que prioriza a cultura popular como elemento do folclore. Nesse sentido, aproxima-se daquilo que o projeto de extensão Andora faz, que é a pesquisa, a contextualização e a ilustração do conhecimento histórico com produção cênica moderna e contemporânea. Além disso, essa participação tem grande importância na formação ampliada de nossos estudantes, que vivenciarão outras experiências territoriais, artísticas, culturais e interpessoais que vão marcar suas vidas acadêmicas e profissionais”, destaca Moraes.
Com 16 anos de história, o Grupo Andora já participou de diversos festivais nacionais e esteve em 13 festivais internacionais, em países como França, Portugal, Itália, Chile e México. “Neste festival de Quinta do Sol, o público pode esperar muita dança popular pesquisada e sistematizada a partir dos estudos dos movimentos étnicos e culturais do nosso estado”, adianta o coordenador.
O projeto é formado por estudantes de graduação e pós-graduação, professores da educação básica, músicos e bailarinos que atuam na formação de docentes para o ensino da cultura popular nas escolas e comunidades capixabas. Além das apresentações artísticas, o grupo desenvolve pesquisas em comunidades tradicionais, promove oficinas formativas, produz materiais didáticos e sistematiza danças, músicas e brincadeiras populares.
As atividades do Grupo Andora são realizadas com apoio institucional da Ufes e financiamento do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura).
Foto: Grupo Andora
Categorias relacionadas Cultura ExtensãoNúcleo de Astrofísica e Cosmologia da Ufes abre inscrições para evento acadêmico em Conceição da Barra
As pessoas interessadas em participar do Inverno Astrofísico 2025 têm até o dia 20 de agosto para efetuar a inscrição por meio do site do evento, além de obter informações sobre taxas, hospedagem e alimentação. Promovido pelo Núcleo de Astrofísica e Cosmologia (Cosmo) da Ufes, o Inverno Astrofísico será realizado entre os dias 15 e 20 de setembro, em Itaúnas, Conceição da Barra.
Com o formato de escola acadêmica, o evento discutirá temas como gravitação, cosmologia e astrofísica e é voltado para estudantes de graduação e pós-graduação em Física e áreas afins. Serão ofertados minicursos, oficinas e seminários avançados, num ambiente propício para a interação entre palestrantes e estudantes. Há espaço, ainda, para os inscritos apresentarem suas comunicações e pôsteres.
Como nos anos anteriores, ao final do evento será anunciado o melhor trabalho apresentado por estudante de graduação, que receberá o Prêmio Antonio Brasil Batista. Também serão premiados com menções honrosas outros três trabalhos. A seleção será feita por uma comissão formada por três dos palestrantes convidados.
Entusiasta da criação da Escola de Inverno Astrofísico, Antonio Brasil Batista foi um dos fundadores do Cosmo/Ufes na década de 1970. O professor permaneceu ativo em ensino, pesquisa, extensão e orientação acadêmica até o seu falecimento, em 2020, aos 81 anos.
O Inverno Astrofísico 2025 tem o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).
Confira a programação científica:
Minicursos (3h)
Gravitação: Thiago Caramês (UFF)
Cosmologia: Sandro Vitenti (UEL)
Astrofísica: Mariana Pena Lima (UnB)
Matéria e energia escuras: Hermano Velten (Ufop)
Ondas gravitacionais: Júnior Toniato (Ufes)
Universo primordial: Luiz Filipe Guimarães (UEL)
Seminários (1h)
Buracos negros: Denis Rodrigues (Ufes)
Radioastronomia: Wiliam Ricaldi (Ufes)
Objetos compactos: Jaziel Goulart (Ufes)
Cosmologia quântica: Júlio Fabris (Ufes)
Defeitos Topológicos: Thiago Caramês (UFF)
LSST/Vera Rubin: Mariana Pena Lima (UnB)
Oficinas (2h)
Métodos numéricos em cosmologia: Sandro Vitenti (UEL)
Dados observacionais em cosmologia: Hermano Velten (Ufop)
Categorias relacionadas PesquisaUfes inicia processo de restauração de mosaico criado pelo artista e professor Raphael Samú
Parte da memória afetiva e do cotidiano de estudantes e servidores da Ufes, o mosaico criado pelo artista plástico Raphael Samú está em processo de restauração para ser entregue novamente à comunidade. Concluído em 1977, o painel instalado na entrada do campus de Goiabeiras sofreu desgastes ao longo do tempo devido à exposição a intempéries e às intervenções urbanas muito próximas ao mosaico. Agora, o restauro pretende resgatar a importância da obra não só para a identidade da Ufes, mas para a paisagem artística do Espírito Santo.
“É uma obra bastante aguardada pela comunidade. Em breve teremos o painel, que na verdade é a identidade visual da Ufes, totalmente restaurado. É um grande presente para a cidade de Vitória”, afirma o reitor Eustáquio de Castro.
Coordenado pela Secretaria de Cultura (Secult) da Ufes, o projeto de restauração começou a ser planejado em 2019, mas foi interrompido em virtude da pandemia de covid-19. Em 2023, o projeto foi retomado e avançou a partir de um investimento de R$ 400 mil, fruto de emenda parlamentar do senador Fabiano Contarato, apoiado pela bancada capixaba na Câmara dos Deputados. Segundo o secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, a previsão de conclusão do restauro é o primeiro semestre de 2026. Nesta fase inicial, a obra mobiliza cerca de 15 pessoas, incluindo o engenheiro e professor aposentado da Ufes Carlos Augusto da Gama e o engenheiro Jaime Vega, consultores do projeto.
“Iniciamos o processo de restauro neste mês de julho, com uma fase ‘invisível’ de estudos e diagnósticos, e agora estamos na execução de fato na estrutura do painel”, explica Borges, que salienta a importância da obra de Samú para a cena cultural local. “É um momento histórico, ao mesmo tempo em que há a sensação de ‘momento certo’ para a Ufes. Estamos diante de uma obra realizada nos anos 1970, quando não havia tanto movimento na Av. Fernando Ferrari. Agora temos um projeto estrutural para a restauração resistir aos impactos atuais.”
ImagemPertencimento
Artista reconhecido mundialmente, Raphael Samú, que faleceu aos 92 anos em 2022, tinha forte ligação com a Universidade, onde foi professor no Centro de Artes (CAr) por três décadas. Samú era casado com a professora aposentada da Ufes Jerusa Gueiros Samú e sua obra mais representativa na Universidade terá a colaboração de seu neto, o arquiteto Lucas Samú, na execução do projeto. Além do envolvimento da família, o restauro mobilizará a comunidade acadêmica, adianta o secretário de Cultura.
“A criação do painel contou com a participação da comunidade interna, servidores, docentes e estudantes, e seguiremos com essa participação nesse processo atual. A Secult vai realizar um seminário sobre a obra do Samú no mês de setembro, na Galeria de Arte Espaço Universitário (Gaeu), e pretendemos, também, quando concluirmos a obra, publicar um catálogo sobre a restauração”, afirma Borges.
Foto à esquerda: da esquerda para a direita, secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, reitor Eustáquio de Castro e o artista plástico Celso Adolfo
O artista plástico responsável pela restauração do mosaico é Celso Adolfo (foto abaixo), ex-aluno de Samú, influenciado por suas obras desde a infância, quando as contemplava pela cidade nos percursos de ida e de volta da escola. Nos anos 1980, Adolfo ingressou em Artes Plásticas na Ufes e teve em Samú uma espécie de orientador para o seguimento da profissão, sempre conversando sobre técnicas e materiais, em especial as pastilhas Vidrotil, utilizadas no mosaico.
“Ele passou a me indicar como restaurador da obra dele. Conversávamos sobre cores, formas, tudo. Ele era um desenhista enorme, que conseguia traduzir uma arte muralista muito bonita em pecinhas quadradas de 2x2. Era um mestre”, afirma Adolfo. A ideia do projeto de restauração é utilizar a totalidade de pastilhas (ou tesselas) de Vidrotil. “É um material muito bonito. Os mosaicistas de fora ficam admirados com o brilho e a qualidade do esmalte”, diz.
ImagemAtualmente, a execução do projeto está em duas fases simultâneas: o reparo estrutural da parede, que é o suporte do painel, e a parte artística, que acompanha a remoção das pastilhas com catalogação fotográfica para garantir o retorno preciso das peças aos seus lugares originais.
“Passados mais de 50 anos, as pastilhas sofrem fissuras por conta da exposição à chuva e ao sol. Ocorrem contrações e dilatações nos materiais, e isso influi na vida útil do painel. Então, as pastilhas são removidas para correção das fissuras. E a parte artística vai acompanhando esse processo para já ter tudo mapeado e nada se perder”, explica o artista plástico.
Futuro
Concebido nos anos 1970 e instalado numa área de 168 metros quadrados, o painel retrata a evolução científica e dialoga com ícones culturais da época, como as histórias em quadrinhos do personagem Flash Gordon.
Para criá-lo, Adolfo conta, Samú se inspirou também no cotidiano da Ufes, retratando o trabalho de pesquisadores e as vivências dos estudantes. “O Samú andou pelo campus fotografando os personagens da Ufes. O cientista que olha pelo microscópio, no mosaico, era um engenheiro que ele viu em um laboratório e o fotografou. É um painel que olha para o futuro”, diz.
Fotos: Ana Oggioni
Categorias relacionadas Cultura InstitucionalProfessor Daniel Junqueira é primeiro representante surdo a assumir vaga no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Ufes
A partir da última segunda-feira, 28, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) passou a contar com a participação de seu primeiro representante surdo, o professor Daniel Junqueira (vestindo camisa laranja, à direita), do Centro de Educação (CE), que assumiu a vaga junto com sua suplente, a professora Andressa Koehler. O Conselho tem, no total, 35 membros, sendo o órgão central da Ufes em relação às matérias de que trata, com funções deliberativas e conclusivas.
Para a vice-reitora, Sônia Lopes, membro do Cepe, a presença do professor nesse espaço de deliberação acadêmica é um marco histórico para a Universidade e uma reafirmação do compromisso com a inclusão, a diversidade e a democratização da gestão universitária. “É uma grande satisfação ter o professor Daniel Junqueira como membro do Cepe. A atuação dele amplia vozes e perspectivas fundamentais para a construção de uma universidade verdadeiramente plural e acessível a todas e todos”, declarou.
Segundo Junqueira, que será assistido durante as sessões por duas intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras), sua participação no Conselho trará desafios ao longo do tempo, que exigirão flexibilidade e constante adaptação. “Por ser uma pessoa surda, com um olhar sobre a surdez a partir de um viés cultural-identitário, compreendo-me como um ser que convive de maneira distinta daqueles que são ouvintes-falantes. Minha expectativa, inicialmente, é contribuir para a necessária reestruturação do espaço formal do Cepe, de modo a garantir minha atuação plena e efetiva como docente surdo, bem como possibilitar o acesso à informação a outros docentes na mesma condição, explicou.
O professor também ressalta a importância de manter o diálogo com o segmento que representa, de forma ampla. “Comprometo-me a articular com docentes de diferentes unidades externas ao Cepe, exercitando uma escuta sensível e ativa frente às demandas apresentadas, com foco na qualidade de vida dos docentes, especialmente no que se refere ao Ensino, Pesquisa e Extensão. Também almejo contribuir para o fortalecimento de políticas de ações afirmativas, a partir de um olhar comprometido com a inclusão e com a garantia de igualdade de condições nos diversos processos institucionais da Universidade”, concluiu.
O Cepe tem em sua composição o reitor Eustáquio de Castro, que o preside, a vice-reitora, os pró-reitores, dois representantes docentes de cada um dos Centros de Ensino e seus respectivos suplentes, além de representantes dos estudantes e dos servidores técnico-administrativos.
Foto: Nábila Corrêa
Categorias relacionadas InstitucionalUfes adere à iniciativa do Tribunal de Contas para combate à desinformação
O reitor da Ufes, Eustáquio de Castro, assinou nesta terça-feira, 29, o Termo de Adesão da Universidade ao compromisso institucional de enfrentamento à desinformação. A iniciativa, promovida pelo Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), visa consolidar uma parceria entre as assessorias de comunicação das instituições signatárias, com o propósito de atuar de forma coordenada e estratégica no combate à desinformação e na promoção de ações de interesse coletivo.
Participaram da cerimônia o reitor; a vice-reitora, Sônia Lopes; o diretor de Relações Interinstitucionais, Gustavo Cardoso; e a chefe de Gabinete da Reitoria, Ana Paula Bittencourt. Representando o TCE-ES participaram o conselheiro e presidente da Corte, Domingos Taufner; o secretário de Comunicação, Rodrigo Santana; a secretária de Governança, Karina Travaglia; a assessora da Presidência, Lúcia Garcia; o assessor de Comunicação, Thelmo Scarpine; e a chefe de Gabinete, Gilvana Scherrer.
A decisão do TCE-ES em criar a medida foi motivada por fatores como a crescente disseminação de informações falsas, que comprometem a credibilidade das instituições públicas e minam a confiança da população; a necessidade de uma comunicação clara, precisa e eficaz como instrumento de fortalecimento da democracia e da justiça; e a relevância da atuação integrada das assessorias de comunicação na implementação de estratégias de enfrentamento à desinformação.
Foto: Da esquerda para a direita, Rodrigo Santana, Domingos Taufner, Eustáquio de Castro, Sonia Lopes e Karina Travaglia
Compromisso
Para o reitor, a adesão à iniciativa reflete o compromisso da Ufes tanto com o fortalecimento das instituições quanto com a defesa da ciência. “A questão das fake news é muito séria no país hoje e eu acho que a Universidade, com a sua inteligência e as ferramentas que tem, pode colaborar muito nesse processo que está sendo coordenado pelo Tribunal de Contas, juntamente com outras instituições”, avaliou. Segundo a vice-reitora, o combate à desinformação é fundamental, na medida em que “defende a nossa democracia, e a defesa da democracia é sustentada pelo conhecimento da realidade”.
Domingos Taufner classifica a adesão da Ufes como de suma importância. “A desinformação é o mal do século. Ela faz com que pessoas não se vacinem, que acreditem em mentiras e discriminem os outros. Barrá-la é garantir a liberdade de falar, mas sem agredir e inventar fatos. Eu parabenizo a Ufes por ter aderido a este termo.”
Além da Ufes, já assinaram o Termo de Cooperação o Governo do Estado, a Assembleia Legislativa, a Defensoria Pública, os tribunais de Contas, de Justiça, Regional Eleitoral e Regional do Trabalho da 17ª Região e os ministérios Público, Público Federal e Público do Trabalho. O TCE-ES ainda pretende fazer contato com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Seccional Espírito Santo, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), a Defensoria Pública da União e o Ministério Público de Contas.
Competências
As instituições signatárias do termo comprometem-se a planejar e executar campanhas de comunicação voltadas à informação da população sobre temas de interesse público, com ênfase na veracidade dos dados divulgados; desenvolver materiais educativos e informativos que possam ser compartilhados entre todas as instituições participantes; trocar boas práticas e experiências exitosas no âmbito da comunicação; constituir um comitê gestor, formado por representantes de suas assessorias, para coordenar as ações previstas no termo; e promover reuniões periódicas para avaliação e planejamento das atividades conjuntas.
O documento ainda estabelece que cada instituição disponibilizará os recursos humanos e materiais necessários para a execução das ações previstas, de acordo com suas capacidades e competências, sem nenhum tipo de repasse ou transferência de recursos entre elas. Além de publicarem o termo em páginas existentes em seus sítios oficiais na internet, as organizações deverão se comprometer a cumprir o disposto na Lei Geral de Proteção de Dados (nº 13.709/2018).
O termo terá vigência de 60 meses e poderá ser prorrogado, mediante termo aditivo a ser aprovado previamente pelos participantes.
Iniciativas
Antes do encontro desta terça, a Ufes já vinha desenvolvendo ações no sentido de combate à desinformação, por meio de projetos e de pesquisas. Uma delas é o Observatório da Mídia - direitos humanos, políticas, sistemas e transparência, criado em 2006 e ligado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades (PósCom). O núcleo reúne vários projetos de pesquisa e extensão e tem como principal objetivo realizar um acompanhamento sistemático da produção midiática, com foco no respeito, na promoção e na proteção dos direitos humanos, civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.
Já em 2007, foi criado o Laboratório de Internet e Ciência de Dados (Labic), associado ao Póscom e ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação. Criado como um projeto de extensão, o Labic visa à realização experimental de produtos digitais e à promoção de pesquisas e atividades de extensão relacionadas ao impacto da cultura digital nos processos e práticas de comunicação contemporânea.
Além dos projetos desenvolvidos nos campi, desde 2020 a Ufes integra a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), uma organização virtual coletiva idealizada pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Foto: Tatiana Moura
Categorias relacionadas InstitucionalOrquestra Filarmônica Moderna Brasileira apresenta concerto em homenagem a Tim Maia
A Orquestra Filarmônica Moderna Brasileira vai iniciar, no Teatro Universitário, uma turnê nacional em homenagem ao cantor e compositor Tim Maia, considerado um dos maiores nomes da música popular brasileira em todos os tempos. A iniciativa integra o Projeto Ídolos Orquestrados e inclui apresentações no dia 8 de agosto, às 20 horas, e 9 de agosto, em duas sessões, às 16 horas e 19 horas.
Os ingressos devem ser retirados gratuitamente, a partir desta terça-feira, 29, por meio de um link que será disponibilizado no Instagram da Orquestra.
Com regência do maestro Tiago Padim, o espetáculo vai reunir orquestra, vozes, balé e teatro, com mais de 40 artistas no palco interpretando sucessos como Sossego, Azul da cor do mar, Gostava tanto de você, entre outras canções de Tim Maia que fizeram a trilha sonora de diferentes gerações. No espetáculo, o maestro contará com um corpo técnico que inclui artistas como Liege Milhioli (direção vocal), Malu Braga e Alana Felix (coreografia), Gabriel Oliveira (orquestração) e Anderson Rosa (texto e direção).
Formada por 45 integrantes de 20 a 40 anos de idade, a Orquestra Filarmônica Moderna Brasileira nasceu com a proposta de renovar o cenário da música orquestral produzida no Espírito Santo. Seu conceito consiste em unir a sofisticação de uma orquestra sinfônica com a execução de músicas populares contemporâneas, como MPB, ritmos regionais, internacionais e clássicos do pop-rock.
Projeção nacional
A expectativa do maestro Tiago Padim é consolidar o Projeto Ídolos Orquestrados em todo o país. Na primeira edição do projeto, realizada em 2024, a Orquestra encantou o público do Espírito Santo, do Rio de Janeiro, de São Paulo, Brasília e Belo Horizonte com versões orquestradas de clássicos dos Beatles.
Agora, o grupo leva ao palco o repertório do mestre Tim Maia, que ficou conhecido como o “síndico da MPB”, apelido dado a ele por Jorge Ben Jor. “Tim Maia construiu uma obra incrível que atravessa gerações. Gravou canções românticas e dançantes, com muito suingue, negritude e melodias marcantes, daquelas que todo mundo ama cantar junto. Sua voz e presença eram incomparáveis”, afirma o maestro Tiago Padim.
Repertório
A montagem do repertório, segundo o regente, foi um dos desafios para a concepção do espetáculo. “Selecionamos 21 músicas consagradas do cantor que tocam fundo no coração das pessoas e que também nos emocionam como músicos”, comenta. “Neste concerto, iremos mostrá-las em formato sinfônico, com instrumentos de banda junto a violinos, viola, violoncelos, flauta, fagote, oboé, trompete, entre outros. Trazer a obra de Tim Maia para o ambiente sinfônico é um desafio prazeroso e que vai exigir total dedicação por parte da Orquestra”, explica o regente.
A exemplo dos espetáculos anteriores da Orquestra, a homenagem a Tim Maia também irá contar com performance teatral. Atrizes e atores vão se apresentar juntamente com o balé a partir de um roteiro preparado especialmente para o concerto. “Será uma história de amor contada ao som de Tim Maia a partir do encontro de um casal que se conhece e se envolve na década de 1990”, adianta o maestro.
Após a estreia na capital capixaba, o espetáculo seguirá temporada no Rio de Janeiro (RJ), em São Paulo (SP), Campinas (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Recife (PE).
O evento tem patrocínio da Med Senior, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), do Ministério da Cultura.
Foto: Edu Hargreaves
Categorias relacionadas CulturaCongresso estadual de Educação Física reúne especialistas e futuros profissionais no campus de Goiabeiras
O Centro de Educação Física e Desportos (CEFD/Ufes) realizará, entre 29 de setembro e 2 de outubro, a 17ª edição do Congresso Espírito-Santense de Educação Física (Conesef), evento de caráter profissional e acadêmico que reunirá professores, estudantes, gestores, pesquisadores e profissionais para debater o tema Formação, Intervenção e Inovação: boas práticas em Educação Física. As inscrições variam de R$ 30 a R$ 120 e devem ser feitas neste link até o primeiro dia do evento. Haverá emissão de certificado aos participantes.
As pessoas interessadas em apresentar trabalhos em formato de comunicação oral, pôster e mídias (vídeos e exposição fotográfica) devem submeter os resumos expandidos até o próximo dia 15 por meio deste formulário. Cada autor ou autora poderá enviar até cinco trabalhos.
Além de professores da Ufes, a 17ª edição do Conesef contará com a presença de especialistas das universidades de São Paulo (USP), Pernambuco (UPE), Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Campinas (Unicamp), que abordarão assuntos como desenvolvimento e formação em educação escolar; revolução digital na educação física; debate contemporâneo em torno da educação física escolar; e esporte na formação. A programação ainda inclui mesas-redondas, oficinas temáticas e apresentações culturais.
Desafios
Organizado pelo CEFD desde 1994, o Conesef se consolidou como um dos principais fóruns de formação, difusão científica e socialização de conhecimentos em Educação Física na região Sudeste. Para o vice-diretor do CEFD e coordenador do congresso, Ivan Gomes, é fundamental que existam eventos como este para promover ambientes de debate sobre os desafios, as perspectivas e as implicações das boas práticas e potencializar a legitimidade da Educação Física. “O tema desta edição é impulsionado pelos desafios colocados frente à necessidade de articulação dialógica entre as instituições formadoras, as redes públicas, estudantes e professores de Educação Física, junto aos espaços de intervenção da área”, avalia.
De acordo com a diretora do CEFD, Zenólia Figueiredo, o Conesef tem compromisso com o processo de formação de professores de Educação Física em uma perspectiva crítica e reflexiva. Ela ressalta que edições anteriores do congresso já chegaram a reunir mais de mil participantes e que este 17º encontro representa muito para a comunidade acadêmica da Ufes: “Pretendemos retomar o protagonismo do evento e do CEFD no cenário da Educação Física capixaba, proporcionando o debate e a troca de conhecimentos entre os profissionais da área. Temos buscado ampliar os diálogos com as secretarias estadual e municipais de Educação, de Esporte e de Saúde, com a finalidade de envolver e sensibilizar gestores e professores a participarem ativamente do evento”.
O 17º Conesef é organizado pela Ufes com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e do Centro de Memória da Educação Física e do Esporte Capixaba (Cemefec).
Categorias relacionadas Ensino PesquisaUfes ganha Troféu iNO.VC ArcelorMittal de Inovação Digital
A Ufes recebeu o Troféu iNO.VC ArcelorMittal de Inovação Digital, na categoria Academia em Inovação Aberta - Grande Vitória. Em sua quinta edição, foram premiadas instituições de ensino, startups e empresas tradicionais.
A entrega do troféu aconteceu na tarde desta quinta-feira, 24, no Laboratório de Inovação e Transformação Digital da Arcelor Mittal Tubarão, na Serra, e contou com a presença da superintendente de Projetos e Inovação da Ufes (Spin/Ufes), Miriam de Magdala, e da diretora de Inovação da Spin, Letícia Pedruzzi.
O prêmio reconhece o ecossistema capixaba de inovação por meio de votação aberta e esta é a segunda vez que a Ufes é agraciada dentre as instituições acadêmicas. Na edição de 2021, a Universidade venceu o Troféu iNO.VC ArcelorMittal de Inovação Digital na modalidade Academia Científica, que deixou de existir e foi substituída pela categoria Academia em Inovação Aberta.
Segundo Magdala, é principalmente por meio das empresas que ocorre, de fato, a entrega de produtos e serviços inovadores para a sociedade, e este troféu é um reconhecimento importante do papel da Ufes para a inovação do Espírito Santo. “A universidade participa, com conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico, da criação de produtos e serviços inovadores, mas nunca faz isso sozinha. E o conceito de inovação aberta diz respeito exatamente a isso: organizações diferentes cooperando para inovar”, avalia Magdala.
Imagem A diretora de Inovação da Spin, Letícia Pedruzzi, e a superintendente de Projetos e Inovação, Miriam de Magdala, representaram a Ufes na premiaçãoA Spin é um órgão estratégico da Universidade, também conhecido como Inova Ufes. A agência foi criada em 2024, para promover as ações relacionadas ao desenvolvimento da inovação e do empreendedorismo no âmbito da instituição, tendo como objetivo ser um elo importante entre os ecossistemas de inovação do Espírito Santo e do país.
Sobre o prêmio
Criado em 2019, o prêmio iNO.VC ArcelorMittal reconhece instituições e projetos de destaque nas áreas de inovação e empreendedorismo, celebrando a criatividade, a inovação e o espírito inovador de organizações que impulsionam o ecossistema de inovação dos estados do Espírito Santo, Santa Catarina e Ceará.
A iniciativa faz parte do Programa INO.VC, que tem o objetivo de conectar pessoas, ideias e propósito, envolvendo mais de 2 mil startups, uma rede robusta de inovação e 11 hubs em diversos estados do Brasil.
Fotos: Spin/Ufes
Categorias relacionadas InstitucionalDia Internacional da Agricultura Familiar: Ufes integra pesquisa sobre compra de alimentos de pequenos produtores em órgãos federais
Pesquisadores do Observatório da Agricultura Familiar da Ufes passaram a compor a equipe nacional da pesquisa denominada A gestão da compra institucional de alimentos da agricultura familiar em órgãos federais: diagnóstico, tipologias e propostas de inovação no PAA - Compra Institucional. Ela é inédita e os trabalhos tiveram início neste mês, em que se celebra o Dia Internacional da Agricultura Familiar (25 de julho).
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado em 2013 pelo governo federal, promove não só a inclusão produtiva como também segurança alimentar e hábitos alimentares saudáveis para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ele está dividido em cinco modalidades: Compra com Doação Simultânea, PAA - Leite, Compra Direta, Apoio à Formação de Estoques e Compra Institucional.
A pesquisa se debruça sobre a categoria Compra Institucional. O objetivo é analisar os modelos de gestão e os fluxos de compras de alimentos por órgãos federais, visando o aperfeiçoamento dos marcos normativos do programa, bem como a produção de materiais de formação e orientação para os gestores públicos.
Informações imprecisas
Criada por meio da Lei nº 10.696/2003, a política pública prevê a obrigatoriedade de que 30% dos alimentos comprados por órgãos federais sejam adquiridos da agricultura familiar. No entanto, mais de 20 anos depois da legislação ter entrado em vigor, as informações a respeito das compras ainda são imprecisas, conforme explica o professor do Departamento de Ciências Sociais André Michelato, coordenador do Observatório.
"Não temos um quadro dos que compram e do que fazem com a compra, e não há informações organizadas e sistematizadas sobre os que não compram e porque não compram", diz.
O trabalho reúne pesquisadores de oito instituições de ensino de diferentes partes do país, como as universidades federais de Goiás, do Rio Grande do Sul e de São Carlos, em São Paulo. A atuação da equipe se dará em 20 estados.
Imagem Pesquisadores do Observatório da Agricultura Familiar da UfesO convite para que a Ufes integre o time de pesquisadores partiu do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Michelato destaca que receber um chamado para integrar uma equipe que desenvolve um trabalho de excelência notável mostra que o Observatório está na direção certa.
"Nunca foi realizada uma pesquisa com tal envergadura e com tamanha capacidade de intervenção nesta política pública, e me sinto com a certeza de que estamos no caminho de produzir conhecimento que possa, de fato, contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar", avalia.
A pesquisa é realizada em âmbito nacional, mas, se os resultados forem satisfatórios, há a possibilidade de eles servirem de modelo para governos estaduais e municipais. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em julho de 2026.
O Observatório
O Observatório da Agricultura Familiar da Ufes foi criado em 2013, a partir de um debate envolvendo pesquisadores, gestores públicos e lideranças dos movimentos sociais do campo. O espaço foi criado com a perspectiva de monitorar e produzir informações sobre a realidade econômica, social e política enfrentada diariamente por agricultores familiares.
O Observa, como é conhecido, é formado por colaboradores de diversas universidades brasileiras e uma equipe própria de técnicos e pesquisadores. Além disso, há parcerias com núcleos de pesquisa de diversos locais do Brasil e do mundo. Atualmente, são desenvolvidas três pesquisas no país – uma delas no Espírito Santo.
Dia Internacional da Agricultura Familiar
O Dia Internacional da Agricultura Familiar, 25 de julho, foi instituído pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para celebrar e reconhecer a importância desses agricultores em todo o mundo.
Um terço dos alimentos produzidos no mundo vem da agricultura familiar. No Brasil, essa prática agrícola é essencial para a economia, a segurança alimentar e a preservação ambiental, além de ser responsável por 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.
Fotos: Freepik e Observatório da Agricultura Familiar da Ufes
Categorias relacionadas PesquisaDocumentário sobre marisqueiras de Porto de Santana tem pré-estreia no Cine Metrópolis dia 29 de julho
O trabalho ancestral das marisqueiras de Porto de Santana, em Cariacica, ganha a tela do Cine Metrópolis nesta terça-feira, 29, às 19 horas. Dirigido por Jéssica Sampaio, o curta-documentário Marisqueiras faz sua pré-estreia no cinema da Ufes, retratando o cotidiano das trabalhadoras que dedicam suas vidas à pesca artesanal de mariscos. Após a sessão, que será gratuita e aberta ao público, haverá uma conversa com as marisqueiras do bairro e com a equipe do curta.
Financiado pela Lei Paulo Gustavo, o filme acompanha o trabalho de cinco pescadoras do Rio Santa Maria da Vitória, que nasce em Santa Maria de Jetibá e passa por Santa Leopoldina, Cariacica, Vitória e Serra. Mulheres negras residentes em Porto de Santana, Cintia Campos, Karollaine da Silva, Maria Vieira, Olívia Sardanha e Rosineia Vieira abrem suas vidas e seu trabalho, contando histórias e revelando os meandros da luta por reconhecimento e melhorias no modo de vida herdado de várias gerações.
“É um trabalho muito desvalorizado. Elas usam seus espaços domésticos para trabalhar, como quintais, varandas, beiradas das ruas. Ao mesmo tempo em que existe essa dureza da precarização do trabalho, há também uma beleza em entrar no quintal da Dona Olívia, por exemplo, e ver o forno dela funcionando. Remete a uma ancestralidade que elas reivindicam”, afirma a diretora, Jéssica Sampaio.
Recortes de raça e gênero
Egressa do curso de Artes Visuais e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Ufes, Sampaio destaca a interseção entre os recortes de raça e gênero que envolve o fazer das marisqueiras. “Todas as protagonistas são mulheres negras. E o território em que vivem é de uma população de maioria negra. Então, existe essa conexão com uma discussão teórica e com o que quero passar por meio das imagens”, explica ela, que desde o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e, agora, no mestrado, estuda as categorias de raça e de gênero.
O encantamento pelo trabalho das pescadoras se deu a partir de um projeto de mitigação ambiental de que a diretora fez parte, quando conheceu o cotidiano das comunidades pesqueiras. Além disso, havia o desejo de contar histórias sobre o município de Cariacica, cidade natal de Sampaio.
“Ao longo de alguns anos venho produzindo materiais artísticos nos territórios de Cariacica. Então, me interesso por narrar esses territórios, falar sobre Cariacica, que é uma cidade marginalizada em relação a outras da Grande Vitória”, afirma.
Clique aqui para conhecer mais informações sobre a produção do filme.
Categorias relacionadas CulturaSuspense de Kurosawa e drama de Lenkiewicz estreiam na programação do Cine Metrópolis
Duas estreias internacionais renovam a programação do Cine Metrópolis a partir desta quinta-feira, 24. Um dos principais cineastas contemporâneos do Japão, Kiyoshi Kurosawa apresenta seu novo suspense, Cloud - Nuvem de Vingança, envolto na atmosfera sinistra que ele se notabilizou por criar. Já a segunda estreia, Hot Milk, é um drama familiar da britânica Rebecca Lenkiewicz que reflete sobre a relação entre mãe e filha.
Autor dos cultuados Cura (1997) e Pulse (2001), Kiyoshi Kurosawa volta a examinar em Cloud - Nuvem de Vingança um Japão afundado nos males do capitalismo, onde um revendedor de produtos na internet recebe uma fortuna em um de seus esquemas de compra e venda. Porém, quando ele se demite de seu emprego formal para expandir o negócio, começa a ser perseguido por clientes que se sentiram enganados. Aos poucos, a atmosfera do filme, que já era sombria, mergulha em uma espiral de violência.
Estrelado por Emma Mackey, da série Sex Education, o drama Hot Milk, da diretora Rebecca Lenkiewicz, acompanha a viagem de Rose e de sua filha Sofia até uma cidade costeira espanhola, onde buscam um curandeiro que pode ter a cura para a misteriosa doença de Rose. Lá, Sofia experimenta uma liberdade que não conhecia ao encontrar Ingrid, uma viajante excêntrica, que desperta nela o desejo por autonomia. A partir daí, a relação entre mãe e filha começa a desmoronar, e uma série de ressentimentos vem à tona.
Continuação
Segue em cartaz o filme O Brilho do Diamante Secreto, de Hélène Cattet e Bruno Forzani, que retrata a vida de um espião aposentado que vive em um hotel de luxo cercado por lembranças, desejos e alucinações. Quando sua vizinha desaparece, ele mergulha num turbilhão de paranoia e erotismo.
Imagem Cena de Hot MilkConfira as sinopses dos filmes em cartaz no Cine Metrópolis de 24 a 30 de julho:
Cloud - Nuvem de Vingança, de Kiyoshi Kurosawa (Japão, 2024)
Buscando lucro rápido, um jovem revende online diversos produtos baratos por preços elevados, o que acaba gerando insatisfação entre seus clientes. Conforme o descontentamento cresce, alguns clientes decidem se vingar, levando-o a enfrentar uma série de eventos misteriosos e ameaçadores que colocam sua vida em risco.
Hot Milk, de Rebecca Lenkiewicz (Áustria/Grécia/Grã-Bretanha, 2025)
Rose e sua filha Sofia viajam para a cidade costeira de Almería para consultar um enigmático curandeiro. Sofia, até então presa pela misteriosa doença de Rose, começa a se libertar de suas inibições ao se encantar pelo magnetismo da viajante Ingrid, o que é insuportável para sua mãe controladora.
O Brilho do Diamante Secreto, de Hélène Cattet e Bruno Forzani (França/Itália/Bélgica/Luxemburgo, 2025)
Ambientado na glamourosa Côte d’Azur, o filme acompanha John D, um espião aposentado de 70 anos que vive em um hotel de luxo, imerso em lembranças, fantasias e alucinações. Quando sua vizinha desaparece misteriosamente, ele é levado a revisitar o passado, enfrentando seus traumas e mergulhando em um universo de paranoia, erotismo e referências visuais ao cinema de espionagem B dos anos 60.
Veja os horários das sessões na página do Cine Metrópolis.
Categorias relacionadas Cultura