Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Agroquímica é publicada na Chemosphere

Foi publicado no periódico Chemosphere (agosto/20) o artigo “Trace metals in Rio Doce sediments before and after the collapse of the Fundão iron ore tailing dam, Southeastern Brazil”. Esse artigo é fruto da dissertação de mestrado de Eduardo Baudson Duarte, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Agroquímica (PPGAQ-UFES), orientada pelas professoras Mirna Aparecida Neves e Fabricia Benda de Oliveira, ambas do Departamento de Geologia/CCENS.

Na publicação é mostrada a contaminação de sedimentos fluviais por metais pesados ao longo do perfil longitudinal da porção capixaba do Rio Doce, em decorrência dos resíduos dispostos de maneira abrupta oriundos do rompimento da barragem de Fundão no município de Mariana, em Minas Gerais.

A pesquisa foi financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e contou também com o apoio financeiro, logístico e laboratorial da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES) e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

O trabalho objetivou determinar a concentração de metais traço nos sedimentos da planície aluvial do Rio Doce, depositados antes e depois do rompimento da Barragem de Fundão, bem como nos resíduos depositados que passaram a fazer parte do arcabouço sedimentar desse sistema fluvial.

Com o rompimento da barragem de Fundão em 2015, os resíduos associados ao beneficiamento de minério de ferro que desceram o Rio Doce em direção à costa capixaba se acumularam na planície aluvial do rio com o intenso fluxo gerado, formando crostas ferruginosas com espessura por vezes centimétrica.

Em coletas realizadas em maio de 2016, cerca de 6 meses após o desastre ambiental, observou-se que o fluxo de lama remobilizou os sedimentos aluviais do Rio Doce e introduziu partículas finas no depósito fluvial. O conteúdo de cádmio e arsênio aumentou para níveis acima dos limites estabelecidos como adequados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente para materiais sedimentares a serem dragados em águas sob jurisdição nacional (foto).

Os níveis crescentes de cádmio encontrados nos sedimentos estão associados intrinsicamente aos resíduos, enquanto o arsênio se origina de outras fontes pré-existentes na bacia sedimentar. Os resíduos de minério de ferro também afetaram os parâmetros físicos do ambiente sedimentar, formando uma crosta ferruginosa que pode impermeabilizar a superfície terrestre e pode liberar gradualmente metais tóxicos quando expostos ao clima e ao retrabalhamento fluvial.

Um programa de monitoramento de longo prazo deve ser desenvolvido ao longo do Rio Doce para detectar possíveis efeitos da esperada ressuspensão esporádica de sedimentos, um resultado natural de eventos climáticos e da dinâmica do rio.

O trabalho completo pode ser consultado no link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0045653520320749

 

 

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